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Aviação

Por que o BTG quer comprar o principal aeroporto do Brasil

Aeroporto Guarulhos BTG
Aeroporto de Guarulhos foi leiloado em 2012. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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A concessão do aeroporto de Guarulhos pode ter um novo dono em breve: o BTG Pactual. O banco de investimentos está interessado em comprar a parte da Invepar e assumir o controle do aeroporto mais movimentado do Brasil. A informação foi divulgada inicialmente pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pela reportagem da Gazeta do Povo.

Leiloado na segunda rodada de concessões, em 2012, o aeroporto de Guarulhos foi arrematado pela Invepar e pela Airports Company South Africa (ACSA), que somam 51% da concessão — o restante é da Infraero. Nesse quadro, 80% de participação é da Invepar, que é controlada pelos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petros (da Petrobras) e o Fundo de Investimento em Participações (FIP) Yosemite, representante dos credores da antiga acionista OAS.

Com contrato inicialmente previsto para acabar em julho de 2032, a concessionária chegou a um acordo consensual no Tribunal de Contas da União (TCU) e vai permanecer mais 16 meses com a administração do aeroporto, mas terá a responsabilidade de investir mais R$ 1,4 bilhão em obras e melhorias na infraestrutura.

A compra de Guarulhos daria ao BTG cerca de oito anos de contrato e marcaria a principal investida do grupo no setor de infraestrutura aeroportuária. O primeiro passo foi dado exatamente no aeroporto de Guarulhos, com a construção de um terminal vip, inaugurado em 2024, que oferece entrada privativa, check-in e raio-x sem filas, transporte particular até os aviões e outros benefícios. Para usufruir do espaço, é necessário pagar mais de R$ 2 mil para voos domésticos e mais de R$ 3 mil para voos internacionais.

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Bancos de investimentos entram para o setor de infraestrutura

O BTG vem se lançando no setor de infraestrutura há alguns anos, com participações em empresas de energia e em concessões de estradas. No Chile, o banco é acionista em três concessões de rodovias. No Brasil, no ano passado, concorreu nos leilões da Rota dos Cristais (BR-040/GO/MG) e da Rota do Zebu (BR-262/MG), mas perdeu os dois certames.

No setor aeroportuário, o BTG seguiria o movimento de sua principal concorrente. A XP Investimentos entrou nesse ramo em 2022 após vencer o leilão do Bloco Aviação Geral da 7ª rodada de concessões, levando os aeroportos de Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e formando a PAX Aeroportos, responsável pela concessão até 2053.

Apesar do interesse especificamente em Guarulhos, o BTG tem pelo menos duas outras oportunidades para entrar no negócio de aeroportos. Depois de um longo processo e que terminou sem consenso entre concessionária e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Viracopos, em Campinas, deverá ir a leilão neste ano.

Por outro caminho, a CCR está avaliando vender seus ativos de infraestrutura aeroportuária, que tem Confins (Belo Horizonte), Afonso Pena (Curitiba), Goiânia, São Luís, e outros 13 aeroportos no Brasil.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a concessionária do aeroporto de Guarulhos, que não quis se manifestar. Em nota, o BTG informou que o “rumor de compra não procede”.

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