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Segundo o levantamento, 69,7 milhões de brasileiros ou 22,8 milhões de residências não têm nem sequer coleta de esgoto.
Segundo o levantamento, 69,7 milhões de brasileiros ou 22,8 milhões de residências não têm nem sequer coleta de esgoto.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

De acordo com um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, nesta quinta-feira (17), 48% da população brasileira sofre com algum tipo de problema relacionado à falta de saneamento básico. Essa população está situada em 46,2% dos domicílios do país.

O estudo levou em consideração dados de 2013 a 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADCA) do IBGE.

O Instituto identificou que 25,2% das residências brasileiras têm, pelo menos, um tipo de privação; 9,9% têm dois tipos de privações; 9,3%, três privações; 1,4% das casas brasileiras aparecem com quatro privações; e 0,4%, com cinco tipos de privações.

Os números referentes à população são semelhantes ao percentual de residências com problemas. Em 2022, 25,6% da população tinha, pelo menos, um problema relacionado à falta de saneamento; 10,6%, dois problemas; 9,8% da população aparece com três problemas; 1,6%, com quatro privações; e 0,5%, com cinco problemas de saneamento.

Os cinco problemas identificados são: Privação de acesso à rede geral de água; frequência de recebimento insuficiente; disponibilidade de reservatório; privação de banheiro; e privação de coleta de esgoto.

Segundo o quadro retratado pelo estudo, quase 9 milhões de residências ou mais de 27 milhões de brasileiros não têm acesso à rede geral de água. Além disso, 69,7 milhões de brasileiros ou 22,8 milhões de residências não têm nem sequer coleta de esgoto.

Segundo o levantamento, o Nordeste é a região do país com o maior número de pessoas com algum tipo de privação de saneamento. Ao todo, 40,3 milhões de nordestinos têm problemas de saneamento. Isso significa dizer que 39,5% da população da região, ou seja, sete a cada 10 nordestinos, sofrem com problemas relacionados a saneamento.

A região Sudeste foi a segunda com maior número de pessoas em estado de privação, com 21,6 milhões de pessoas. Apesar do número, proporcionalmente, a região teve o menor número de pessoas com problemas de saneamento, apenas 2 a cada 10 pessoas.

Em seguida, aparece a região Norte com 15,9 milhões de pessoas em estado de privação. A região Sul também aparece com quase 15,9 milhões de pessoas em estado de privação. A proporção de pessoas em privação na região Sul foi de um a cada dois habitantes, o mesmo índice registrado na média nacional e no Centro-Oeste.

“A moradia com privação de saneamento é tipicamente uma casa na área rural em uma cidade de interior ou na periferia das grandes cidades. Ela pode ser vista com maior frequência em alguns estados do Norte e Nordeste brasileiros como, por exemplo, Pará, Maranhão e Piauí. Ela também é vista com frequência nas áreas de assentamentos precários das regiões metropolitanas. Em geral, essa casa é precária do ponto de vista construtivo, pois é feita de materiais de parede, telhado e piso inadequados. A parede é de madeira aproveitada e o telhado de madeira ou palha. O piso é de terra batida ou cimento. A casa tem apenas três a quatro cômodos: sala, cozinha e um ou dois quartos. Nessa cozinha não chega água tratada. O lixo dessa casa é queimado no quintal ou jogado em terrenos”, diz um trecho do relatório.

Em média, a família que ocupa a residência descrita pelo estudo é formada por três ou quatro pessoas: Uma mãe e duas crianças ou um casal com dois filhos.

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