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20 pessoas

participaram da enquete promovida pelo Caderno G para escolher os livros essenciais. Foram ouvidos autores, críticos, editores, professores e jornalistas culturais ligados ao ramo

Quais são aqueles livros essenciais? Aqueles quais seria pecado imperdoável se um bom concluísse sua aventura na terra sem ler?

O Caderno G fez esta pergunta a vinte pessoas com ligação direta com a literatura.

Autores de prosa adulta e infantil, teatro e poesia em estágios diferentes da carreira. Editores literários, tradutores e editores de suplementos literários. Professores de literatura, jornalistas culturais e críticos e um booktuber.

Um total de 21 leitores ouvidos.

A cada um se pediu uma lista de dez livros que foram fundamentais em sua vida de leituras. Dentre estes dez, o convidado deveria comentar por que pelo menos três deles foram os escolhidos.

Valiam clássicos e novos autores. Teatro, poesia, não ficção, romance, contos. De qualquer época ou nacionalidade.

Alguns convidados subverteram as normas e citaram mais de dez livros. Outros citaram menos. Sem problemas.

234 livros diferentes foram elencados – além algumas de menções a obras completas Os dois livros mais citados estão separados no tempo por mais de 350 das datas de seus respectivos lançamentos.

A história do engenhoso fidaldo Dom Quixote, escrita pelo espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616) e lançada em 1605, recebeu sete menções.

É a obra fundamental para o jornalista e escritor Toninho Vaz, autor da biografia de Paulo Leminki, O Bandido Que Sabia latim.

“A saga do cavaleiro remete aos arquétipos do homem inserido na sua história”, disse.

Com os mesmo sete votos, Grande Sertão: Veredas a “mastodôntica - no dizer do próprio autor- obra João Guimarães Rosa Grande (1908-1967) , lançada em 1945, o livro com as P”as frases mais musicais língua portuguesa” segundo o escritor José Roberto Torero.

Entre os autores, os mais citados o foram por obras diferentes. Como o austríaco Franz Kafka (1883-1924) , citado sete vezes, por seis obras diferentes. Ou o russo Fiodor Dostoieviski (1821-1881) que é leitura de cabeceira para sete dos votantes, por quatro obras diferentes. O mesmo que aconteceu com Machado de Assis (1839-1908).

O “bruxo do Cosme Velho” porém, sempre que citado mereceu destaque de seus eleitores como o de Leandro Sarmatz, editor da Cia. Das Letras para quem o romance machadiano Memorial de Aires é “moderníssimo numa prosa que, ainda hoje, vibra e educa o ouvido da língua portuguesa”.

Ou o escritor Alberto Mussa para quem As Memórias Póstumas de Brás Cubas são “o maior romance do maior escritor de todos os tempos”. O americano Philp Roth foi o único autor vivo na lista dos mais citados, citado cinco vezes por livros diferentes.

Jóias perdidas

Numa relação com eleitores heterogêneos, livros citados apenas uma vez são muitas vezes preciosidades literárias que não tiveram, por algum motivo, a dimensão que mereciam.

O dramaturgo Mário Bortolotto cita o romance Tanto Faz de Reinaldo Moraes como o livro que “mudou meu jeito de escrever no começo dos anos 80. Entendi que era possível fazer literatura de um jeito divertido, desencanado e inventivo”.

O escritor amazonense Diego Moraes destaca a poesia “marginal de Paranoia, de Roberto Piva (1937-2010) como “uma viagem delirante por São Paulo. Um clássico que marcou minha juventude e despertou meu interesse por poesia”.

Na espinhosa missão de escolher livro, talvez seja mais sábio ouvir o conselho do escritor e jornalista Ruy Castro, ele mesmo autor de um livro sobre suas experiências chamado “O Leitor Apaixonado”:

“Livros essenciais? Todos aqueles que nos caírem às mãos e cujas primeiras dez páginas nos façam querer continuar lendo”.

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