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Uma das coisas mais legais que acontece para quem acompanha cinema é perceber que uma produção sobre a qual não se tinha muitas expectativas surpreende e se transforma em algo prazeroso de se ver.

Confesso que não esperava muito de 16 Quadras, filme que chega esta semana às locadoras. O longa é estrelado por Bruce Willis, que intercala ótimas produções como Sin City, Vida Bandida e Corpo Fechado com algumas bombas como Refém, Meu Vizinho Mafioso 2 e Lágrimas do Sol – ou seja, nunca se sabe muito o que esperar do ex de Demi Moore. A direção da fita é de Richard Donner, responsável pelo primeiro Superman e a série Máquina Mortífera, mas cujo último trabalho realmente interessante foi Maverick (1994) – recentemente, ele apresentou o fraco Linha do Tempo (2003). Para completar, quando passou nos cinemas, 16 Quadras não despertou muita atenção da crítica e nem ficou muito tempo em cartaz.

O fato é que filme vai conquistando, aos poucos, a atenção do espectador. Willis, é Jack Mosley, policial veterano alcoólatra e à beira do esgotamento físico – uma ótima caracterização, distante de seus tradicionais heróis de ação. A contragosto, ele recebe a missão de levar o preso Eddie Bunker (Mos Def) para depor em um julgamento em um tribunal a 16 quadras da delegacia em que trabalha. No início do percurso, um grupo tenta matar Bunker e Mosley descobre que são seus próprios companheiros policiais que pretendem eliminar o prisioneiro, pois ele vai depor contra eles. O velho tira decide peitar todo mundo e proteger a vítima, tendo que enfrentar o velho parceiro Frank Nugent (David Morse), líder dos policiais corruptos.

A trama envereda para um embate tenso e psicológico, um jogo de gato e rato entre Mosley e Nugent, que conhecem todas as artimanhas um do outro. Donner constrói bem a história, inserindo novos elementos e surpresas a cada momento, principalmente sobre o perfil de Mosley e Bunker. O filme se aproximaria do ótimo O Plano Perfeito (de Spike Lee, que chega às locadoras no final do mês) se não fosse o final previsível, um tanto careta e com "boa moral", fazendo-o perder alguns pontos na avaliação. Mas a locação vale pelo ótimo trabalho do elenco central e por mostrar que Donner ainda não perdeu a mão como diretor. GGG1/2

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