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Nova Iorque – Em Devil Wears Prada, a atriz Meryl Streep representa a editora tirânica de uma grande revista de moda dos Estados Unidos. A atriz insiste que não se baseou em Anna Wintour, editora da revista Vogue, para fazer o papel – pelo contrário, teria se inspirado em homens que conhece. O filme é baseado no best seller O Diabo Veste Prada, da ex-redatora da Vogue Lauren Weisberger, que causou choque e espanto no mundo da moda em 2003 com o retrato que fez do funcionamento interno da revista, apenas levemente disfarçado de ficção. No livro, a editora da revista Runway, Miranda Priestley, também é retratada como alguém que inferniza a vida de seus subordinados.

No filme, a personagem demonstra um lado mais humano em alguns momentos raros, e são destacados sua genialidade e seu tino comercial. Como conseqüência do filme, lançado sexta-feira passada nos Estados Unidos, o mundo da moda vem sendo sacudido por especulações sobre a possibilidade de Wintour, a mulher mais poderosa da moda, buscar vingar-se nas páginas da Vogue das pessoas que colaboraram com o filme. Mas um porta-voz da revista, Patrick O’Connell, disse que Wintour assistiu recentemente a uma pré-estréia beneficente do filme e o achou divertido. Streep, que já ganhou dois Oscars, disse ter se divertido imensamente no papel da "chefe infernal" vestida de peles.

A atriz disse que se inspirou em várias pessoas para fazer o papel – mas não em Anna Wintour. "Infelizmente, não há bastante mulheres em cargos de poder para que pudesse copiá-las, ou, pelo menos, eu não conheço essas mulheres", disse a atriz em Nova Iorque. "A maioria dos exemplos em que me baseei para fazer o papel é de homens. Eu sabia que o livro era baseado na visão que uma assistente tinha de Anna Wintour, mas eu não estava interessada em fazer um documentário sobre Anna Wintour", disse Streep. "Eu não sabia nada sobre ela e só a conheci na primeira sessão beneficente. Ela levou a coisa na esportiva. Disseram a ela que eu não me pareço com ela".

Figurino

A responsável por vestir Streep e a atriz Anne Hathaway, que faz o papel da assistente da editora, foi a estilista Patricia Fields, também responsável pelos figurinos do seriado Sex and the City. "Não me preocupei com a possibilidade de ofender alguém", disse Fields, revelando que muitas grifes, desde a Chanel à Prada, se dispuseram prontamente a emprestar roupas para o filme. O estilista italiano Valentino chega a fazer uma ponta em O Diabo Veste Prada.

Fields disse que o filme fala mais do que apenas de moda. "Adoro moda", disse a estilista. "Mas acho que, se o filme fosse apenas sobre moda, não daria certo. Acho que não há pessoas suficientes interessadas em moda por si só e que o filme precisava ter outros elementos." Anne Hathaway, que fez seu nome no hit teen "Os Diários da Princesa", faz o papel de Andy, que sonha em ser jornalista mas aceita o emprego de assistente da editora da revista Runway porque sua única outra opção seria trabalhar numa revista de automobilismo. Num primeiro momento, ela não sabe nada sobre moda, mas depois se transforma em fashionista que veste Chanel e se assemelha às pessoas de quem costumava zombar.

As primeiras críticas ao filme vêm sendo positivas. O jornal especializado Hollywood Reporter descreveu o filme como "deliciosa diversão" e previu que será sucesso de bilheteria, principalmente entre as mulheres. Mas Streep brincou, dizendo que não faltam cenas no filme que também vão cair no gosto dos homens. Indagada, em coletiva de imprensa, se achava que a mensagem do filme – sobre uma chefe durona que faz sucesso no mundo dos negócios – faz dele um filme feminista, ela respondeu: "Isso seria uma receita certa para acabar com a bilheteria. Não, esse é um filme que os homens vão curtir. Tem muitas atrações visuais, muitas cenas de lingerie".

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