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Margaret Tate (Sandra Bullock) com a simpática vovó interpretada pela veterana Betty White | Divulgação
Margaret Tate (Sandra Bullock) com a simpática vovó interpretada pela veterana Betty White| Foto: Divulgação

Sandra Bullock. Esse nome sozinho já é capaz de remeter aos mais adocicados romances que Hollywood produziu nos últimos 25 anos. Mocinha durona, cheia de maneirismo cômico, depois de muito choro, adrenalina e desencontro acaba nos braços do mocinho. O tempo passou e Sandra foi capaz de se adaptar às novas histórias do cinema.

Com uma forma invejável aos 44 anos – é preciso dizer que as interferências dermatológicas não produziram aquele efeito esticado típico da maioria das celebridades –, ela ressurge no topo das bilheterias com A Proposta, sob a direção de Anne Fletcher. Nesta comédia romântica, ela encarna Margaret Tate, executiva poderosa de uma editora de livros, com os estereótipos possíveis que uma mulher nesta posição pode trazer: bem cuidada e bem vestida (porém com classe e discrição), vida amorosa desconhecida (na verdade, inexistente), fama de cobra – quando ela chega em seu escritório em Manhattan, mensagens são disparadas entre os funcionários para que se componham e evitem uma humilhação pública da chefona.

Mas o ar de superioridade de Tate logo é interrompido pela notícia de que ela será deportada para seu país de origem, o Ca­­nadá, porque seu visto americano foi negado. Assim, ela tem uma ideia, ou melhor, dá a ordem para que seu secretário Andrew (Ryan Reynolds) case-se com ela para que a situação seja regularizada.

A partir daí o argumento vira-se contra a personagem. De cara, ao saber que pode ser preso se a fraude for descoberta, Andrew a faz fazer a tal proposta de joelhos, em plena rua – o figurino aí capricha: sim, a diaba não só veste Prada como está de sapato Louboutin e bolsa Hermès. Há de se humilhar sem perder a classe.

Muito a contragosto, Margaret parte com Andrew para um final de semana no Alaska. A recepção em família se mostra um laboratório e tanto para uma workaholic sem vida particular. Enfim, o filme caminha no sentido de que Margaret baixe a bola. E, talvez por isso mesmo, não deva ser visto apenas como mais um filme ingênuo e sem criatividade. É difícil para uma mulher estar no topo da cadeia alimentar no trabalho e não perder a identidade. A medida que se humaniza, Margaret também se fragiliza. E acaba nos braços do mocinho... GGG1/2

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