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Sylvia Bandeira acalentou por anos o sonho de montar uma peça sobre Marlene | Divulgação
Sylvia Bandeira acalentou por anos o sonho de montar uma peça sobre Marlene| Foto: Divulgação

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  • Marlene Dietrich é uma das maiores estrelas da história do cinema

Ninguém pode acusar a atriz Sylvia Bandeira de ter sonhos pouco ambiciosos. Por muito tempo, ela acalentou o desejo de produzir e estrelar um espetáculo, que finalmente se materializou no ano passado sob o título de Marlene Dietrich, as Pernas do Século, que estreia hoje, no Guairinha, dentro da programação da Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba.

Segundo o diretor paulista William Pereira, que conversou por telefone com a reportagem da Gazeta do Povo, o intuito não é lidar apenas com o mito no texto do dramaturgo Aimar Labaki sobre a atriz alemã naturalizada norte-americana. É, sobretudo, revelar detalhes sobre a mulher por trás do ícone, uma das maiores e mais influentes estrelas do cinema mundial, mas também um ser humano bastante complexo.

"O subtítulo As Pernas do Século não diz apenas respeito aos atributos físicos de Marlene, mas também ao fato de que sua vida se confunde com os acontecimentos mais importantes do período durante o qual ela viveu [entre 1901 e 1992]", diz Pereira, que também é autor da elogiada cenografia da peça.

Para quem não sabe, a atriz e cantora alemã abandonou a Alemanha nazista, por discordar do regime de Adolf Hitler, e emigrou para os Estados Unidos, onde consolidou seu estrelato em filmes como Marrocos e O Expresso de Xangai. A indignação com o Nacional Socialismo foi tamanha que ela chegou a cantar para as tropas ianques e aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, e inclusive fez shows para levantar fundos para as mesmas forças que bombardeavam sua cidade natal, Berlim, onde a mãe da estrela de Anjo Azul ainda vivia.

O texto de Aimar Labaki respeita a cronologia e não se exime de falar sobre a solidão vivida por Marlene nos seus últimos anos em Paris, quando preferiu não ser mais vista e se descreveu como uma ruína. Pelo contrário: o texto e a montagem fazem do mito uma mulher com os sentimentos triviais de uma reles mortal, inclusive o desejo de conversar, em um momento de sua vida quando ela se sente muito só.

O principal interloculor, no caso, é um jovem entregador que desconhece a identidade da estrela, uma mulher de 90 anos, mas ainda capaz de apreciar a beleza masculina. Ela insiste com que o rapaz fique um pouco e ouça sua história, que é entremeada pelas canções que integraram por anos o repertório da carreira de Marlene tanto no cinema como nos shows que fez mundo afora, inclusive no Brasil, onde se apresentou duas vezes. Entre essas músicas, está o clássico "Lili Marlene".

Além de Sylvia Bandeira, há outros quatro atores em cena: José Mauro Brant, Marciah Luna Cabral e Silvio Ferrarim, que vivem os vários personagens que compõem as lembranças da dona das famosas pernas e de uma história fascinante.

Serviço:

Marlene Dietrich, as Pernas do Século. Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº). Direção de William Pereira. Dias 3 e 4 de abril, às 21 horas. Confira o serviço no Guia Gazeta do Povo

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