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A pioneira I Love Lucy (1951), com Lucille Ball | Divulgação
A pioneira I Love Lucy (1951), com Lucille Ball| Foto: Divulgação

Nos primórdios da televisão, lá pelos idos dos anos 1950, lugar de personagem feminino era nas comédias. E, com raríssimas exceções, sobravam para elas os papéis de esposas dos protagonistas. Com o tempo — e muitos sutiãs queimados depois — elas começaram a ganhar espaço. Tomaram para si os principais papéis e passaram a integrar o elenco de dramas e suspenses.

Fã e pesquisadora de séries há mais de 20 anos, a jornalista paulista Fernanda Furquim resolveu botar no papel essa trajetória e lançou As Maravilhosas Mulheres das Séries de TV (Panda Books). No livro, além de fotos de arquivo, a autora registrou curiosidades, como a informação de que atrizes como Barbara Eden (de Jeannie É um Gênio), Cybill Shepherd (a Maddie de A Gata e o Rato) e Sarah Jessica Parker (a Carrie, de Sex and the City) engravidaram no meio de suas séries e precisaram disfarçar a barriga.

"Elas são maravilhosas justamente por terem conseguido sair do lugar-comum das comédias. As produções estreladas por elas estão cada vez mais ganhando abordagens que atraem o público, chegando ao ponto de derrubar produções estreladas por homens. Atrizes de cinema, como Glenn Close, têm optado por trabalhar em séries de tevê. A idéia do livro foi traçar esta evolução da personagem feminina e a representação de seu universo nas séries", diz Fernanda, que também assina o blog TV Séries.

No livro, a pesquisadora separa as séries por décadas, e destaca algumas, como I Love Lucy (de 1951 a 1957), A Feiticeira (de 1964 a 1972), A Mulher Biônica (de 1976 a 1978), As Panteras (de 1976 a 1981), Mary Tyler Moore (de 1970 a 1977), As Supergatas (de 1985 a 1992), Dama de Ouro (de 1985 a 1986) e Ally McBeal (de 1997 a 2002).

"O público feminino sempre esteve presente diante da tevê. Antigamente, elas tinham apenas poucos personagens com os quais se identificar. Mas, conforme foram ganhando espaço na sociedade e conquistando mercado, ultrapassaram os limites impostos. A complexidade e as características típicas deste universo (equilibrar vida pessoal, familiar e profissional), aliadas aos interesses típicos da mulher moderna, fazem com que ela se torne um personagem interessante e profundo", afirma a escritora.

Desde meados dos anos 1970, o número de roteiristas mulheres cresce consideravelmente, o que proporciona um olhar sobre a personagem feminina que vai além da visão masculina. "Outro ponto importante: as mulheres são consumistas por natureza, e as séries têm sua influência nesse mercado", diz.

Foi com a As Panteras que os produtores e as emissoras perceberam o potencial que séries estreladas por mulheres tinham no mercado de produtos relacionados ao universo feminino.

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