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“O homem não dá conta de entender nem de conviver com a mulher contemporânea. O macho está um tanto frouxo e bastante acovardado”, afirma Xico Sá | Claudinha Perroni/Divulgação
“O homem não dá conta de entender nem de conviver com a mulher contemporânea. O macho está um tanto frouxo e bastante acovardado”, afirma Xico Sá| Foto: Claudinha Perroni/Divulgação

Programação

Domingo é dia de votar e de programação variada na 1ª Bienal do Livro Paraná. Confira as atrações:

Entrelinhas Melódicas

Às 11 horas, Edith de Camargo entra em cena no Circo das Letras, espaço destinado ao público infantil.

Formosos Monstros

Cléo Busatto, a curadora do Circo das Letras, é a atração às 12h30.

Onde Nascem as Histórias

No Circo das Letras, às 14 horas, tem performance com a Cia Mínima de Teatro.

Quando a Vida Vira Ficção

Ana Miranda e Márcio Souza falam sobre realidade e imaginação às 14 horas, no Café Literário.

Passarinho Me Contou

A Cia Triângulo de Teatro de Bonecos e Atores promove atividade infantil, às 15 horas.

Questão de Fé

Frei Betto e Mario Sanches, mediados pelo jornalista Gladimir Nascimento, são os convidados do Espaço Livre, às 17h30.

Poesia, Quem É Você?

Fabrício Carpinejar e Alberto Martins estarão no palco do Café Literário, às 19 horas.

Xico Sá, o homem que, hoje, vai conversar com o público da 1ª Bienal de Literatura do Paraná sobre crônica, ganha a vida explorando esse gênero literário. Aos 47 anos, ele é um jornalista experiente, que passou por várias editorias dentro dos jornais, mas se tornou conhecido do público graças às crônicas sobre futebol que saem toda sexta-feira, na Folha de S. Paulo, e aos textos que publica na internet sobre o relacionamento entre homens e mulheres. Os dois temas permitem que ele exiba seu humor, seu deboche e sua sinceridade, e que atrai leitores de ambos os sexos.

O cronista consegue traduzir em palavras o que está por trás do comportamento do homem contemporâneo. Em textos recentes, fez uma lista de alguns tipos masculinos, entre os quais o "homem hor­­tinha" (aquele que cultiva hortelã e manjericão na cozinha) e o "homem buquê" (o que diz co­­nhecer vinho). "Tem a ver com esse boom da gastronomia. Como sempre fui muito tosco, não pude deixar de tirar onda dos sujeitos que se apresentam como conhecedores, mas têm um conhecimento mínimo de gastronomia com o qual tentam conquistar algumas mulheres", afirma.

As principais crônicas sobre o que Sá define como a "tragicomédia do homem ferido" estão reunidas nos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea e Chabadabadá, que ele autografará depois da palestra, no estande da Livrarias Curitiba. Ano que vem, publicará um terceiro livro para encerrar a trilogia sobre o "homem frouxo", como ele define.

"Faço muito sucesso com as mulheres", diz Xico, com convicção, referindo-se ao fato de ser lido, sobretudo, pelo público feminino. "As mulheres gostam de saber o que homem fala no vestiário do campo de futebol ou em conversas das quais elas não participam. Procuro falar sobre isso, e entendo que esse ingrediente é um dos segredos da boa aceitação dos meus textos", diz.

Inspiração

Durante os últimos 17 anos, período em que o cearense tem vivido em São Paulo, Xico Sá sempre esteve ligado à imprensa, sobretudo à Folha de S.Paulo. Passou anos na editoria de política, e atualmente evita falar sobre o assunto. "Tudo na vida é política, mas falar da política partidária é uma tortura", diz.

Xico se considera um sujeito abençoado por conseguir veicular textos em um grande jornal e ter a possibilidade de trabalhar em casa, "longe do ambiente tenso que costuma ser uma redação". Mas manter um vínculo com a mídia, que proporciona visibilidade, é algo vital para ele. Apesar dos dez livros publicados, o jornalista, como praticamente todos os escritores brasileiros, não sobrevive da venda de suas obras, e sim de eventos, por exemplo, de bate-papos remunerados.

O fato de não bater cartão diariamente viabiliza ao cronista a oportunidade de flanar por São Paulo e também pelas outras cidades para onde viaja para participar de eventos literários. A coloquialidade do seu texto é, em alguma medida, reflexo do som da fala e da música das ruas. Por falar nisso, Sá é um frequentador da Mercearia São Pedro, um bar paulistano da Vila Madalena, cenário de encontros entre alguns importantes escritores brasileiros.

Marçal Aquino, Nelson de Oliveira, Ivana Arruda Leite, Joca Terron, Ronaldo Bressane e o próprio Xico podem ser encontrados com alguma frequência no local. E, nas mesas do boteco, ele encontra matéria-prima para as suas crônicas.

Serviço: A Permanência da Crônica: Caminhos e Perspectivas. 1.ª Bienal do Livro Paraná. Estação Convention Center (Av. Sete de Setembro, 2.775). Hoje, às 16 horas. Com Xico Sá e Arnaldo Bloch. Posteriormente, Xico Sá participa de sessão de autógrafos no estande da Livrarias Curitiba. R$ 8 e R$ 4 (meia). Mais informações: www.bienaldolivroparana.com.br

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