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Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil | Reprodução
Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil| Foto: Reprodução

A artista curitibana Denise Wal aproveitou as férias de cinco semanas entre o final da temporada do espetáculo Quidam, do Cirque du Soleil, em Xangai, na China, e o início da próxima turnê no México para visitar a família. Por coincidência, o período de sua estada coincidiu com a estréia da temporada brasileira de Alegría na cidade.

Foi a chance de trocar o picadeiro pela platéia – e o melhor, com toda a família – para assistir a um dos espetáculos mais populares da companhia com a qual trabalha há quatro anos.

A artista brasileira desempenhou por quase dois anos o número de corda de Quidam, entre outros números. Agora, retoma o papel com que estreou no Cirque. Será a Mãe, um dos personagens centrais da montagem criada em 1996, dois anos depois de Alegría.

Sua contratação pela companhia canadense foi quase por acaso. Bióloga, com mestrado em Bioquímica, Denise descobriu o teatro, a mímica, já adulta. Aos 26 anos, encantou-se pelo circo. Foi estudar a arte na tradicional Circo Escola Picadeiro, em São Paulo, dos irmãos Fratelli.

Quando foi visitar o namorado no Canadá, convidado há pouco tempo para trabalhar em Quidam, acabou substituindo uma das artistas de última hora no número de corda lisa.

"Eu já havia sido aprovada em uma audição em Montreal, só precisei passar por um período de formação de um mês para aprender a fazer a maquiagem e estudar o personagem", conta.

O tempo normal de formação de um novato é de quatro meses. O fato de ser artista, e não ginasta, como boa parte do corpo artístico da companhia de Guy Laliberté, abreviou esta fase de adaptação. "Eu já tinha a base artística do circo", diz.

A acrobata de 39 anos parece mais jovem do que é, e também atribui isso à sua formação circense. "Nós do circo temos uma vida mais longa do que os ginastas, que começam a carreira muito cedo e sobrecarregam o corpo com o excesso de treinamento", explica. "Quando fiz o teste para entrar no Cirque du Soleil, a fisioterapeuta disse que meu corpo responde como seu eu tivesse dez anos a menos", orgulha-se.

Nos anos passados no Cirque, Denise já conheceu países como Japão, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong, China, Emirados Árabes, Estados Unidos e México. O ritmo é intenso: são de oito a dez shows por semana, com a segunda-feira de folga. Mas, ela não reclama. "A experiência diferencia a gente como ser humano. Além de ter a oportunidade de ter um público que nos assiste todas as noites, temos a chance de conhecer outras culturas e crescer infinitamente."

A artista não nega, no entanto, que a vida pessoal fica um pouco complicada. Solteira, ela sonha em ter casa, cachorro, gato, pouso fixo. "Amo essa vida de constante mudança, mas sei que ela não é muito real". No futuro, a ex-professora de circo pensa em retomar suas lições, dedicar-se ao trapézio e visitar a Mongólia. "Adoro os cavalos de lá e, como bióloga, o país é ideal para pesquisar a vida selvagem."

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