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Zimmermann fez obras inéditas para comemorar as três décadas da amiga  Zilda Fraletti como galerista | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Zimmermann fez obras inéditas para comemorar as três décadas da amiga Zilda Fraletti como galerista| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

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Zimmermann – Criador de Atmosferas

Galeria Zilda Fraletti (Av. do Batel, 1.750 – Loja 2), (41) 3026-5999. Inauguração hoje, às 19 horas. Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h30. Sábados, das 10h às 14 horas. Entrada franca. Até 27 de setembro.

  • Novos trabalhos do artista trazem pesquisas com novos materiais, como a tela que traz impressões texturizadas

O pintor, desenhista e gravador paranaense Carlos Eduardo Zimmermann tinha 15 anos quando foi convidado pelo ítalo-brasileiro Guido Viaro (1897-1971) a tomar aulas no ateliê-livre do mestre. Foi ele quem percebeu o potencial do menino que, anos antes, circulava pelo Centro Juvenil de Artes Plásticas junto com a mãe, Ludi, que foi professora do espaço. Junto da trajetória artística de Zimmermann – que é médico de formação – e estudou arte em duas das escolas mais importantes do mundo, a Royal College of Art, em Londres, e a School of Visual Arts, em Nova York, esteve a amizade com a galerista Zilda Fraletti. Ele foi convidado pela amiga para comemorar, com a exposição Zimmermann – Criador de Atmosferas, que abre hoje, às 19 horas, os 30 anos de trabalho de Zilda na área.

O artista traz à galeria 16 trabalhos inéditos, realizados recentemente, muitos deles neste ano. No conjunto, há experimentações de Zimmermann com novas técnicas, como duas esculturas de parede, em madeira, e dobraduras em papel finalizadas em um programa de computação gráfica. Zimmermann, que se diz um "inquieto" na hora de usar novos materiais, mantém em seu trabalho uma linha que vem desde o início da sua carreira, com uma forte influência da linguagem surrealista. "Mas não do fantástico de Salvador Dalí. Vejo algo mais racional", explica o artista, fã do belga René Magritte (1898-1967).

Entre as obras, está um tríptico, que caracteriza uma "ideia sacra", segundo ele, e outras duas obras recentes, em tons próximos, nas quais Zimmermann trabalha mais o jogo de luz e sombra. Nos anos 1980, depois dos estudos no exterior realizados na década anterior, o artista realizou uma exposição em Genebra, na Suíça, onde absorveu a estética de Le Corbusier (1887-1965) e também foi influenciado pelo trabalho do arquiteto Mario Botta. Com o resultado da mostra, construiu a sua casa-ateliê próxima ao Parque Barigui, onde vive há 27 anos. "E desde então, venho trabalhando, tentando sempre seguir uma linha coerente na minha obra."

Parceria

Zimmermann foi o primeiro artista escolhido por Zilda Fraletti para começar o seu negócio. Em 1984, ela passou a se dedicar aos consórcios na área de arte, filão descoberto pela mãe da galerista, Vera. A empreitada começou a acontecer entre amigos, sempre mensalmente, e pouco a pouco, cresceu.

Antes de se tornarem "sócios", entretanto, os dois, ambos com seus 20 e poucos anos, circularam por todos os museus de Londres, convivência que iniciou quando o artista realizava residência na Royal College. No mesmo período, Zilda passava uma temporada na casa dois tios para estudar inglês.

"Eu morava com o Juarez Machado [artista plástico catarinense], e o apartamento ficava há poucas quadras da residência dos tios da Zilda. Tínhamos amigos em comum e ficamos mais íntimos, sempre frequentando exposições juntos. É uma história de amizade, parceria", conta Zimmermann – ele foi o primeiro artista, segundo a amiga, a topar "de cara" participar dos consórcios, além de integrar o time de artistas contemporâneos locais que começaram a formar a galeria de Zilda, inaugurada em 1995. "Essa exposição traz uma linguagem que, de certa forma, é um apanhado de toda essa história", destaca Zilda.

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