Uma professora que abusa do poder sobre os alunos, é o que o público vai ver em "Apareceu a Margarida", uma das últimas estréias do 16º Festival de Teatro de Curitiba (FTC), que termina no domingo (1º). O texto do dramaturgo Roberto Athayde, escrito em 1973, é um dos clássicos da dramaturgia brasileira. Teve uma primeira montagem de sucesso com direção de Aderbal Freire-Filho e Marília Pêra no papel-título. Quando veio ao mundo, o texto apresentava uma professora que defendia os valores da Ditadura Militar. Passados mais de 30 anos, o texto volta a ser encenado destacando outras formas de repressão como os padrões comportamentais, a ditadura estética, a onipresença das grandes corporações e a solidão urbana. A montagem estreou no último mês de janeiro, no Rio de Janeiro, e teve a temporada prorrogada. Foi, também, uma das peças que teve os ingressos esgotadas antes do início do FTC.
A atriz Marília Medina interpreta a professora Margarida, sob direção do ator Bruno Garcia, que deu um ponta pé inicial, como diretor, com este espetáculo. Durante as aulas, Dona Margarida critica o uso de drogas, explica que a matemática é a base de todas as outras disciplinas e, a biologia, a ciência da vida. Conforme a atriz, o texto é atemporal. A peça já foi montado em mais de 30 países por intérpretes como a americana Estelle Parsons e a francesa Annie Girardot.
As apresentações acontecem no Teatro Paiol. Ainda há ingressos para a sessão extra.
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Serviço: Apareceu a Margarida. Sábado (31) às 20h30 e domingo (1º) às 16 horas e às 20h30. Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº) R$ 26,00.
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