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Um público mais tímido parou para ouvir, com atraso de mais de uma hora, a elegância e a força do Vocal Brasileirão. Entretanto, o percurso não transcorreu com a tranquilidade e o virtuosismo característico do grupo, que acabou sendo prejudicado por inúmeros problemas técnicos. Não foi nada simples à mesa de som conseguir equalizar todos os microfones e conferir o peso adequado a um dos grupos mais consistentes do cenário de música popular brasileira do Paraná.

Apesar de tudo, foi um bom show. Abrindo com "Eu Canto Samba", clássico de Paulinho da Viola, a trupe, puxada pelo maestro Vicente Ribeiro, o multi-instrumentista Cláudio Menandro e a cantora e professora de canto Suzie Franco, conferiu o didatismo reconhecido para canções pertencentes ao relicário nacional, como "O Samba É Meu Dom", de Paulo Cesar Pinheiro e Wilson das Neves, e "Gago Apaixonado", de Noel Rosa,

No meio do caminho

Entre os momentos mais significantes do show, o diálogo de "Maracangalha" com "Maricotinha", ambas de Dorival Caymmi, dividiu a preferência do público com a intensidade de "Chiclete com Banana", de Gordurinha e Almira Castilho, canção mais conhecida na voz de Jackson do Pandeiro. Mas aí já era reta final do show, quando tudo pareceu, ufa!, encontrar a sintonia fina que o trabalho do Vocal Brasileirão exige.

De todo, o percurso musical acabou comprometido por questões difíceis de solucionar, mas que deixam a impressão maior de que o repertório do Brasileirão encontra melhor projeção em ambientes mais intimistas, como teatros, e depende muito de uma mesa de som menos estabanada. A canção final do show, "Desesperar Jamais", de Ivan Lins, condensa o ideário do fim de tarde.

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