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Arte continental

Obras da Coleção Femsa encerram ciclo de itinerância pela América do Sul com temporada no Museu Oscar Niemeyer; mostra reúne principais nomes da América-latina no século 20

“Santa Rosa de Lima” (1977), retrato do colombiano Fernando Botero | Imagens: Reprodução
“Santa Rosa de Lima” (1977), retrato do colombiano Fernando Botero (Foto: Imagens: Reprodução)

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A mostra Latitudes: Mestres Latino-Americanos na Coleção Femsa chega a Curitiba após ser visitada por mais de 100 mil pessoas no Museu Nacional de Belas Artes, em Buenos Aires, em novembro passado, e realizar temporadas bem-sucedidas em São Paulo, no Museu Tomie Ohtake, e em Brasília, no Museu Nacional da República, no primeiro semestre deste ano.

O recorte de 41 obras dentre as mais de mil que formam o acervo do grupo mexicano Femsa (sigla para Fomento Econômico Mexicano S.A.), maior companhia de bebidas da América Latina, poderá ser visto a partir desta quarta-feira (1º), no Museu Oscar Niemeyer (MON). Hoje, às 19 horas, haverá abertura para convidados.

Mesmo enxuta em termos numéricos, a mostra é abrangente ao reunir nomes representativos de toda a arte latino-americana do século 20, principalmente da mexicana – por razões óbvias, já que a Femsa está sediada naquele país.

"É possível apreciar os diferentes matizes que a arte latino-americana vai adquirindo influenciada pelas vanguardas que chegam da Europa e como essas vanguardas são transformadas ao entrar em contato com os contextos culturais, sociais, políticos de cada região", diz a curadora Rosa Maria Rodriguez Garza, em entrevista concedida por telefone à Gazeta do Povo.

Criada em 1977, a Coleção Femsa cresce a cada ano, com obras adquiridas por meio de compra, doação ou de artistas vencedores da Bienal Femsa, realizada em novembro, no Centro das Artes, em Monterrey, México.

Além do México, representado por nomes de peso como Diego Rivera, Frida Kahlo e Remédios Varo, a mostra reúne obras de artistas da Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, Nicarágua, Uruguai e Venezuela.

A mostra foi organizada a partir de cinco núcleos temáticos. No primeiro, a Influência do Cubismo, merece destaque a tela mais antiga da coleção, "El Grande de España", feita por Diego Rivera em 1914, e o cubismo lírico de Ángel Zárraga.

O segundo núcleo, O Retrato e a Paisagem como Testemunhas da Identidade, dialoga com outra coleção mexicana em exibição no MON até 12 de julho, Paisagem Entorno e Retorno, com 72 paisagens do Museo Soumaya. Chamam atenção nomes como o modernista mexicano Alfredo Martínez, o colombiano Fernando Botero e o venezuelano Armando Reverón, entre outros. "Ainda em gêneros tão tradicionais da arte, como são o retrato e a paisagem, podemos apreciar como os pintores descobriram uma forma diferente para expressar suas realidades latino-americanas", escreve o crítico de arte Luiz-Martín Lozano no catálogo da exposição.

O terceiro núcleo da mostra exibe obras latinas que contribuíram esteticamente para a arte universal por meio do muralismo, com destaque para obras de Diego Rivera, David Siqueiros e José Orozco. "O Muralismo Mexicano é, sem dúvida alguma, a maior contribuição historiográfica da arte latino-americana ao contexto da arte universal", enfatiza Lozano.

A tela "Mi Vestido Cuelga Aquí", de Frida Kahlo, faz parte das obras do quarto núcleo, em que são apresentadas peças de artistas que incorporaram o surrealismo, seja de forma direta porque viveram na Europa e conheceram os fundadores da corrente vanguardista, como Remédios Varo, seja por meio de livros ou de outros artistas que voltavam da Europa.

O quinto segmento aborda outras linguagens formais, como a abstração e os informalismos, da qual fazem parte os ideais do Universalismo Construtivo, do argentino Joaquín Torres-Garcia, e o expressionismo abstrato do gaúcho Iberê Camargo. O artista paulista Arcangelo Ianelli, que morreu em 26 de maio passado, também representa o Brasil na mostra.

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