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Mylle estudou o idioma e passou seis meses em intercâmbio cultural no país asiático | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Mylle estudou o idioma e passou seis meses em intercâmbio cultural no país asiático| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Nem só de pop contemporâneo vive a cultura japonesa presente nos quadrinhos. “A Samurai”, álbum roteirizado pela jornalista e escritora curitibana Mylle Silva, é ambientado no período Edo (1603-1868), em que a educação e artes como o teatro kabuki se desenvolveram, mas também quando a sociedade era dividida em castas. Depois de mais uma campanha de financiamento bem-sucedida, o segundo volume da série, com o subtítulo “Yorimichi – Caminhos Tortuosos” está sendo lançado nesta sexta-feira (9) na Gibiteca de Curitiba, depois de participar do .

O projeto une as paixões da idealizadora. Mylle é uma entusiasta da cultura japonesa há pelo menos 20 de seus 30 anos de idade. O responsável pela introdução a esse universo foi o anime. Nessa época, aos dez anos, seu título preferido era “As Guerreiras Mágicas de Rayearth”. “Com o passar do tempo, fui buscando mais aspectos da cultura, da estética, valores, linguagem e até desenvolvimento de história”, conta a escritora.

Ela poderia canalizar essa paixão pelo país oriental para coleções e leituras, mas foi além. Mylle chegou a estudar a língua em graduação na UFPR e fez intercâmbio cultural em Tóquio por seis meses. Não chegou a finalizar o curso, mas a imersão no idioma foi importantíssima. “O idioma japonês, como toda a cultura japonesa, é muito hierárquico. Os verbos, os tratamentos, são diferenciados dependendo de sua estrutura social”, afirma. “Como diz um amigo, é quase uma doutrina estudar japonês. Eu cheguei a um ponto em que percebi que precisava de mais tempo para realizar as outras coisas.”, afirma.

A Samurai: Yorimichi

Estúdio Manjericcão

112 páginas

R$ 35

Lançamento nesta sexta-feira, às 19h

Na Gibiteca de Curitiba

Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533

Entre ‘outras coisas’ estava “A Samurai”, que começou a ser desenvolvida depois que Mylle voltou de um intercâmbio cultural e para estudo de idiomas na Tokyo University of Foreign Studies. Ficou lá por seis meses e participou até de um clube dedicado ao jazz. “Ter essa experiência longe de casa e sair dessa zona de conforto foi muito importante para começar a escrever essa história”, conta.

Quando começou a rascunhar “A Samurai”, ela ainda não seria em formato de trilogia. A história da samurai Michiko surgiu em um conto escrito em 2008 e cresceu bastante, além do final aberto do primeiro volume.

O projeto sempre foi ousado em termos de edição. Mylle fez a “loucura”, como gosta de dizer, de escolher um ilustrador diferente para cada um dos oito episódios da saga, nomes que se repetem agora em “Yorimichi”. O time de ilustradores conta com Vencys Lao, Mika Takahashi, Herbert Berbert, Leonardo Maciel, Gustavo Borges e os curitibanos Bianca Pinheiro, Guilherme Match e Yoshi Itice (parceiro de Mylle no estúdio Manjericcão). Cada bloco da história também tem uma cor diferente.

Homenagens

Na adolescência de Mylle, o encantamento pela cultura nipônica ganhou força em grupos de animes e mangás da cidade e muitas passagens pelo Nikkei Clube e pela escola Centro Ásia, onde chegou a trabalhar. Claudio Seto (1944-2008), um dos primeiros produtores de mangás no Brasil e diretor de Cultura da Sociedade Nipo-Brasileira de Curitiba, foi uma dessas referências. É por isso que o mestre samurai da história foi batizado como Seto.

Michiko, a samurai do título, foi criada como representação de mulheres fortes. “Sempre gostei das guerreiras, personagens que se destacam por não serem extremamente sexualizadas”, conta.

No segundo volume ela começa a história um tanto perdida por alguns motivos (e contá-los estragaria a surpresa de quem ainda não leu o primeiro livro) e tem a ajuda de Yamada.

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