As palavras do mago vão às telas

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São Paulo (Folhapress) – A estréia do best seller Paulo Coelho no cinema se ensaia desde 1993, quando o estúdio norte-americano Warner comprou os direitos de O Alquimista (1988). Esse projeto continua no papel.

Mas Veronika Decide Morrer (1998) ganhou forma na tela – e de olhos puxados. Uma versão japonesa da obra estréia na Terra do Sol Nascente no primeiro semestre de 2006.

No ano seguinte, começam as filmagens da versão norte-americana de Onze Minutos (2003), com o ator Jack Nicholson na direção, se forem mantidos os planos do produtor Gianni Nunnari, que comprou os direitos do livro.

A adaptação japonesa de Veronika Decide Morrer também tem um ator na direção. Kei Horie, de 27 anos, estreou como cineasta em 2001 e, desde então, fez seis filmes. Os 108 minutos de sua adaptação da obra de Coelho foram exibidos em duas sessões no 18.º Festival de Tóquio, em outubro passado.

A trilha sonora do filme é assinada pelo italiano Andrea Morricone, que herdou o sobrenome do pai, célebre por grandes trilhas do cinema, Ennio Morricone.

"O diretor de Eleven Minutes deve ser Jack Nicholson", diz o produtor Nunnari, da Hollywood Gang Productions, que afirma também estar "desenvolvendo o projeto com o estúdio New Line, um independente americano".

Nicholson foi indicado ao Oscar 12 vezes (inclusive por Ironweed, do diretor brasileiro Hector Babenco) e venceu três (Melhor É Impossível, 1998; Laços de Ternura, 1983; Um Estranho no Ninho, 1975).

Como cineasta, dirigiu a si mesmo em A Chave do Enigma (1990) e Com a Corda no Pescoço (1978). Sua estréia na direção é de 1971, Drive, He Said (1971), descontada a participação não-creditada em Sombras do Terror (1963), de Roger Corman. Paulo Coelho disse em 2003 que não pretendia vender os direitos de nenhuma obra sua para o cinema, além de O Alquimista.

Ele fez a afirmação depois de aprovar o nome do ator norte-americano Laurence Fishburne para dirigir e estrelar O Alquimista. Teriam sido sucessivas negativas de Coelho a nomes sugeridos pela Warner a causa do atraso no projeto. Porém, mesmo com o aval do autor a Fishburne, a produção não decolou.

As filmagens previstas para este ano, com Madonna e do ator inglês Jeremy Irons, não ocorreram. No Brasil, a Warner afirma não ter informações sobre o andamento do projeto.

Nunnari diz que pensou também no brasileiro José Henrique Fonseca (O Homem do Ano) para dirigir Eleven Minutes. "Ele é outro diretor da (produtora carioca) Conspiração Filmes de quem gostamos muito", afirma. Andrucha Waddington, sócio da Conspiração, foi escolhido por Nunnari para dirigir a superprodução Conquistador – de US$ 40 milhões (R$ 91 milhões).

O filme é baseado na biografia do conquistador espanhol Hernán Cortéz (1485-1547) e será rodado em 2006, em grande parte no Brasil. Convidado a viver o protagonista, o ator espanhol Javier Bardem ainda não aceitou. "Só Bardem poderá dizer se será Cortéz", diz Nunnari.