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Fabrício Carpinejar está em todas. É poeta, jornalista, cronista, professor, colunista. Acaba de fundar a primeira faculdade de Formação de Escritores do país. De uns tempos para cá, mantém, inclusive, um curioso "consultório poético" na internet, no qual responde dúvidas de internautas sobre relacionamentos. Coisas do gênero "sou sua amante, ele largará a esposa?". De tempos em tempos, quando a soma das atividades permite, publica mais um livro. É o que acontece agora, com O Amor Esquece de Começar (Bertrand Brasil. 288 págs. R$ 35).

O lançamento do livro de Carpinejar, que já venceu alguns dos principais concursos de literatura do país, como o Cecília Meirelles, o Olavo Bilac e o Fernando Pessoa, será o evento promovido pelas Livrarias Curitiba para celebrar o Dia do Escritor, que é – ou pelo menos deveria ser – celebrado hoje em todo o país. O escritor gaúcho estará a partir das 19 horas na Curitiba do Shopping Estação, para participar de um bate-papo com o público.

O tema mais palpitante da noite promete mesmo ser a faculdade de Formação de Escritores, idealizada por ele e implantada pelo Unisinos, de Porto Alegre, neste ano. O curso ainda nem começou a funcionar e já causou polêmica no mundo das letras. A partir de agosto, os cerca de 20 selecionados no vestibular freqüentarão o curso e, em 2008, sairão com diploma de escritor. O que desagrada a muita gente, mas também faz a felicidade de outros, que acham que a literatura deve seguir o exemplo de outras artes, como a pintura e a música, que passam suas técnicas e conhecimentos aos mais novos na universidade.

Carpinejar acha que a criação do curso não é a única coisa que os escritores têm a comemorar no seu dia nacional. "Nunca tivemos tantos escritores vivendo de literatura no Brasil quanto temos hoje", afirma ele. Para o poeta, a próxima missão dos literatos agora é fazer com que haja mais estímulo à produção, ao surgimento de novos focos literários. "Também temos que batalhar para que o escritor seja mais dinâmico. Escritor não nasceu para ser estante", comenta.

O bate-papo também deve abordar os textos do novo livro, composto inteiramente por crônicas publicadas em jornais. Carpinejar, que é formado em Jornalismo, conta que já trabalhou como repórter e assessor de imprensa. Depois de ganhar algum nome como escritor, o que permitiu que abandonasse o dia-a-dia das redações, foi convidado a voltar, dessa vez como cronista. "É diferente porque eu me pauto e coloco lá o que eu vivo, o que leio", afirma.

As crônicas são todas do ponto de vista feminino. Falam sobre relacionamentos, a vida, os problemas e soluções encontrados por todos no cotidiano. Mais ou menos como o "Consultório Poético" escrito por ele no site da revista Superinteressante. Aliás, essas não são as únicas incursões do poeta na mídia atualmente. Ele ainda é colaborador da revista Cláudia, dos jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Zero Hora e da revista G Magazine. Para a última, o convite surgiu depois de um texto escrito por Carpinejar, intitulado "Pode Me Chamar de Gay." Apesar de ter mulher e filhos, ele diz que acha ótimo ser chamado de gay. "Os gays sabem conversar, se vestem bem, têm grande sensibilidade, acho um elogio", diz.

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