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Al Gore brilha na premiação

Em meio aos grandes nomes do cinema, um dos destaques do Oscar 2007 foi o político Al Gore, ex-vice-presidente norte-americano, estrela de Uma Verdade Inconveniente, prêmio de melhor documentário de longa-metragem e melhor canção.

Gore subiu ao palco do Teatro Kodak ao lado de Leonardo DiCaprio para anunciar uma campanha ambiental da Acade-mia, que intitulou a premiação deste ano como o Oscar ecológico. O político também brincou com a audiência, ameaçando anunciar uma nova candidatura à presidência dos EUA, mas sendo interrompido pela famosa música que abrevia os discursos do Oscar.

A ovação foi completa quando Gore retornou ao palco para acompanhar o diretor David Guggenheim, que recebeu o Oscar por Uma Verdade Inconveniente, e reafirmar seu discurso ambientalista já apresentado no filme.

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Depois de mais de três décadas de grandes serviços prestados ao cinema mundial, Martin Scorsese finalmente obteve o reconhecimento da Academia de Hollywood. O cineasta norte-americano foi o grande vencedor do Oscar 2007, realizado no último domingo, com o longa-metragem Os Infiltrados, vencedor de quatro estatuetas: filme, direção, roteiro original e edição.

Ovacionado de pé pela platéia do Teatro Kodak, em Los Angeles, Scorsese recebeu sua sonhada estatueta dourada de direção das mãos de três importantes cineastas americanos, companheiros de geração: Francis Ford Coppola, Steven Spielberg e George Lucas. "Verifiquem direito o que está escrito nesse envolope", brincou o diretor antes de iniciar seu discurso de vitória, em que agradeceu todas as pessoas e amigos que nos últimos anos o encontravam e diziam que merecia seu Oscar (anteriormente, havia sido indicado sete vezes, cinco como diretor e duas como roteirista, perdendo todas). Scorsese, que havia chorado momentos antes, durante a premiação de Thelma Schoonmaker (Oscar de edição por Os Infiltrados), disse estar muito emocionado com o troféu da Academia.

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Os atores Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) e Helen Mirren (A Rainha) também confirmaram seu favoritismo nas categorias principais de atução, mas a maior festa do cinema mundial teve algumas surpresas na premiação, derrubando muitos favoritos da crítica e das bolsas de apostas. A principal delas foi a vitória de Alan Arkin, melhor ator coadjuvante por Pequena Miss Sushine, derrotando o cotadíssimo Eddie Murphy, de Dreamgirls – Em Busca de um Sonho, musical que tinha o maior número de indicações (oito), mas que levou apenas duas estatuetas: som e atriz coadjuvante para Jennifer Hudson, que completou seu conto de fadas em Hollywood (de eliminada do concurso American Idol a um prêmio importante no Oscar). O filme acabou perdendo até em canção original, categoria em que era favorito, com três músicas indicadas. De nada adiantou o grande show da noite, realizado por Beyoncé Knowles e Jennifer Hudson, interpretando as canções do filme. O Oscar foi para Melissa Etheridge e sua "I Need to Wake Up", de Uma Verdade Inconveniente, filme que também venceu a categoria documentário de longa-metragem e fez a alegria do político Al Gore, um dos destaques da noite (veja quadro ao lado).

Outra dos grande vencedora da premiação foi a co-produção espanhola-mexicana O Labirinto do Fauno, com três Oscars: direção de arte, fotografia e maquiagem. Mas o filme do diretor Guillermo Del Toro, que não estava cotado para vencer as duas últimas categorias citadas, acabou perdendo o prêmio de filme estrangeiro, do qual era favorito, para o alemão A Vida dos Outros, outra surpresa. A onda latina continuou na premiação com o argentino Gustavo Santaolalla, bicampeão da categoria trilha sonora original – ele havia conquistado o Oscar no ano passado por O Segredo de Brokeback Mountain –, sendo a única vitória de Babel, que tinha sete indicações.

Além do Oscar de ator coadjuvante, a comédia independente Pequena Miss Sunshine, uma das cotadas para melhor filme, também recebeu o prêmio de melhor roteiro original. As demais produções de longa-metragem que ganharam estatuetas foram: Happy Feet – O Pingüim (animação), Maria Antonieta (figurino), Cartas de Iwo Jima (efeitos sonoros) e Piratas do Caribe – O Baú da Morte (efeitos especiais).

DeGeneres

A apresentação do Oscar coube este ano à comediante americana Ellen DeGeneres. Inicialmente, ela destacou a internacionalização da festa, com indicados de várias partes do mundo, "até de americanos", brincou. Ela seguiu com as tradicionais piadas e brincadeiras pouco divertidas da cerimônia, interagindo com algumas estrelas da noite como Scorsese (a quem entregou um falso roteiro) e Steven Spielberg (que tirou uma foto da comediante com Clint Eastwood). Se não comprometeu fazendo piadas ofensivas (como os apresentadores das duas últimas festas), DeGeneres também mostrou que não tem muito pique para segurar um evento de quase quatro horas.

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O longo show teve algumas novidades este ano, como a leitura de trechos dos roteiros indicados, a apresentação dos filmes concorrentes à categoria principal por meio de depoimentos gravados de diretores ou atores e os figurinos dos concorrentes sendo apresentados no palco. Houve muitas homenagens ao cinema e também ao compositor Ennio Morricone, que recebeu um Oscar honorário das mãos de Clint Eastwood. Autor de inesquecíveis trilhas sonoras de cinema, o italiano agradeceu o prêmio em sua língua-mãe, sendo traduzido na hora por Eastwood.