As três garotas da foto ao lado, vistas assim, casualmente, estão longe de ser belezas estonteantes. Talvez disso surja a curiosidade de acompanhá-las na disputa pelo título de America's Next Top Model reality show exibido no Brasil pela Sony. Na "intimidade", obviamente alterada pelo confinamento que o programa impõe e pela consciência das câmeras, elas se mostram garotas comuns, não fosse a magreza excessiva. Por vezes, são desbocadas e maldosas, naquela medida em que a antipatia não afasta, mas prende a atenção. Quando fotografadas com a devida produção por lentes de profissionais badalados, porém, chegam mais perto daquele ar de deusa que Gisele Bündchen ostenta em páginas de revista e (quase) toda mulher inveja.
Atração e repulsa. Alguma admiração, algum desencantamento. Fica dividida a espectadora diante dos defeitos, fraquezas, intrigas e sucessos dessas mulheres. Sobre os Big Brothers do mundo, as modelos levam a vantagem de ter um talento a mostrar, ainda que, às vezes, os testes caiam no bizarro qual a finalidade de simularem uma dança aborígene na Austrália?
Além do mais, a fórmula engessada que o programa segue cria expectativas seguras: o prazer estético ao vê-las transformadas, quando suas melhores poses são reveladas pela (legítima) top model Tyra Banks, apresentadora do programa. Concordar ou discordar das críticas feitas pelos jurados embora falte a eles carisma, que em outros reality shows é forte atrativo. O suspense da eliminação. Como seriam bem-vindas, contudo, algumas doses a mais de espontaneidade!
A edição já se encerrou nos Estados Unidos, mas o habitual atraso com que a tevê paga transmite a programação no Brasil deixa o público daqui à espera de que, na próxima quinta-feira, às 21 horas, decidam-se as duas finalistas. Concorrem a imigrante russa Natasha (cuja confusa história de casamento à distância provoca insinuações nada veladas de parte das outras candidatas), a encrenqueira "amansada" Renée e a latina Jaslene, que deixaram para trás tanto modelos mais bonitas do que elas, como a ruiva Brittany (quarta-colocada), quanto candidatas muito acima do peso-pena padrão na profissão a jurada Twiggy, ícone da moda nos anos 1960 por sua figura andrógina e esquelética, é claro, não as aprovava.
Ao fim da temporada, imediatamente entra em cena Brazil's Next Top Model (com estréia marcada para 4 de setembro, às 21 horas), a versão nacional em que Tyra é substituída por Fernanda Motta, mas o formato permanece exatamente o mesmo até o tom da fala das apresentadoras ao anunciar a eliminação é idêntico! Dois passatempos para horas à toa.
Há ainda um terceiro, para os fãs desse universo. O reality show Projeto Runway, disputa entre estilistas de moda, voltou com uma nova temporada à grade do canal People + Arts, concorrendo no mesmo horário (quinta-feira, às 21 horas). A seu favor, promete duas convidadas especiais que dão o que falar no mundinho da moda: Sarah Jessica Parker e Victoria Beckham.
Deixe sua opinião