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"High School Musical" ganha segunda versão no cinema | Reprodução G1
"High School Musical" ganha segunda versão no cinema| Foto: Reprodução G1

São José do Rio Preto (SP) – Como na montagem holandesa Braakland, apresentada na semana passada no Festival Internacional de São José do Rio Preto, em que era preciso caminhar muito para chegar ao lugar da encenação, outras duas atrações deste ano evocam a "impermanência" (tema da edição) por meio de deslocamentos. Em Audiotour Ficcional (Argentina) e Desvio (Florianópolis), porém, o trajeto é o próprio espetáculo.

No trabalho do Erro Grupo, de Santa Catarina, a ação faz com que a platéia constantemente se desloque ao longo de quarteirões, com direito à corrida para acompanhar os próximos passos dos atores. Infelizmente, mover a multidão está longe de ser o bastante para compensar a dramaturgia mal-resolvida e as atuações equivocadas.

O grupo BiNeural Monokultur conduz melhor o espectador em Audiotour Ficcional. As diferenças fundamentais são o trabalho de pesquisa para a concepção do espetáculo e, sobretudo, a proposta de cada um percorrer o percurso individualmente. De posse de um tocador de mp3 e fones de ouvido, o espectador (apesar de a palavra não caber na experiência participativa) é instruído a seguir uma gravação que lhe dará coordenadas do caminho enquanto conta uma história conspiratória sobre a história da cidade e seu cenário urbano.

A trama foi criada para São José do Rio Preto, a partir das pesquisas feitas pelo grupo desde que chegou à cidade, um mês antes do festival. O formato do espetáculo estreou em Córdoba (Argentina) em 2005, com um enredo baseado nas lendas urbanas daquela cidade. Para os moradores, o Audiotour proporciona uma experiência mais intensa, ao propor um novo olhar a um ambiente familiar. Mas, para quem vem de fora, surte também o efeito de ser colocado de forma desarmada no cenário urbano.

Também no centro da cidade, a entrada em cena da companhia Kumulus, da França, provocou susto geral. Pudera. Três seguranças arrastavam quase uma dezena de "humanóides", os "squames", supostamente encontrados na Europa Central, para uma enorme jaula, exatamente como as dos zoológicos. O cenário, a caracterização física, a movimentação corporal e os sons pré-fala emitidos pelos squames dão uma visão desconcertante da faceta selvagem da raça humana.

A repórter viajou a convite do festival.

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