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Evaristo Costa e Sandra Annenberg conversam via teleconferência com os participantes da Caravana de Jornalismo | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Evaristo Costa e Sandra Annenberg conversam via teleconferência com os participantes da Caravana de Jornalismo| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Foi-se o tempo em que o Jornal Nacional era a única fonte de informação do telespectador brasileiro. Hoje, se o assunto não for do seu interesse, basta um clique no controle remoto para acessar outro telejornal (em outra emissora da tevê aberta, na tevê por assinatura ou ainda nas emissoras estrangeiras, agora muito mais acessíveis). Além disso, muita gente pode acessar a internet em casa – em um PC, um notebook ou mesmo no celular –, com liberdade total para escolher sua fonte de informação e/ou entretenimento.

O que parecia ser a pá-de-cal no telejornalismo tradicional revelou-se o principal vetor da sua modernização – além de uma poderosa ferramenta para tornar a informação transmitida pela tevê ainda mais influente e relevante. Assim pode ser resumido o que pensa a cúpula do jornalismo da Rede Globo, que esteve reunida esta semana em Curitiba, durante a etapa Sul e Sudeste da Caravana de Jornalismo da emissora. Durante dois dias, ciceroneados pela RPC TV, cerca de 150 profissionais das 12 afiliadas da região, mais as matrizes TV Globo Rio e TV Globo São Paulo, assistiram a palestras das direções de quase todas as equipes de jornalismo do grupo: Jornal Nacional, Jornal Hoje, Globo News, Jornal da Globo, Fantástico, G1, Globo Rural, RJTV e Bom Dia Brasil, além do diretor-geral da área de Jornalismo e Esporte, Carlos Henrique Schroder.

"A audiência está cada vez mais colaborativa, e nós temos que mostrar a este telespectador que precisamos dele", explica Schroder. Isso explica a aposta e o investimento cada vez maiores na interatividade. "Hoje você tem muita gente que assiste à tevê conectado. E se você faz um contato com este telespectador, ele responde imediatamente", afirma o diretor.

A equipe do Jornal Hoje que o diga. "No nosso horário sempre tem uma garotada ligada na internet, e a gente incentiva muito a participação", confirma a editora-chefe do Jornal Hoje, Teresa Garcia. Essa diretriz aparece em quadros como o "Intercâmbio.com" – no qual seis jovens estudantes narram (na tevê e na internet) o seu cotidiano fora do país – ou o "Vai Dar o Que Falar" – em que a população é consultada nas ruas sobre projetos em discussão no Congresso. Fora isso, o telejornal também sempre faz enquetes e chats em seu site (g1.globo.com/jornal-hoje) sobre temas controversos ou curiosos. "E colocamos conteúdo extra das reportagens que rendem mais do que cabe no VT no nosso site, o que permite ao telespectador se aprofundar no assunto", acrescenta Teresa.

A página do Jornal Hoje na web oferece ainda conteúdo exclusivo e reportagens especiais, como a série "Um Olhar Estrangeiro", na qual os correspondentes da Globo em Buenos Aires, Londres, Lisboa, Jerusalém e Tóquio contam como é o dia-a-dia nessas cidades.

O Jornal Nacional, por sua vez, não tem tanta facilidade para ser interativo. "O JN precisa dar todas as notícias importantes do Brasil e do mundo em 31 minutos, por isso eu não tenho como gastar tempo com interatividade", revela o editor-chefe adjunto, Luiz Fernando Ávila. Mesmo assim, cada vez mais a população é convidada a participar. "Quando houve o episódio das chuvas no Rio de Janeiro, nós pedimos às pessoas que mandassem seus vídeos e aproveitamos vários deles no JN, até porque as equipes não conseguiam chegar nos locais dos deslizamentos", lembra Schroder, segundo quem o estreitamento dessa relação com o telespectador será o grande pulo-do-gato do novo telejornalismo.

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