"Babel" mostra a diversidade da globalização

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Premiado com o título de melhor filme no Festival de Cannes de 2006 e com o Globo de Ouro, "Babel" (veja trailer), está chegando aos cinemas da capital paranaense na próxima sexta-feira (19). O filme faz uma viagem aos extremos que a humanidade vive nos tempos atuais, com um mundo globalizado e ao mesmo tempo tão dividido por barreiras que passam pela comunicação, o dinheiro e a condição social.

O diretor Alejandro González Iñárritu, autor de "Amores Brutos" e "21 Gramas", segue a linha de ter um elo em comum entre histórias que envolvem pessoas sem nenhuma relação, apresentada nas fitas anteriores. Desta vez são quatro núcleos: o casal que está no Marrocos, com os atores Brad Pitt e Cate Blanchett; a babá mexicana que ficou cuidando dos filhos do casal e vai ao México com as crianças; a família marroquina, cujos filhos cometem um crime; e a jovem japonesa que vive com o pai e tem problemas de relacionamentos. O filme tem tudo para virar uma verdadeira torre de Babel, mas Iñárritu consegue unir as histórias e apontar o elo que liga todos.

O papel dos governos, da mídia e temas como terrorismo, imigração, preconceito e suicídio são abordados na fita bem costurada, com roteiro de Guillermo Arriaga, parceiro de Iñárritu em "Amores Brutos" e "21 Gramas". A dupla se apresenta bem afinada nesta produção. Não dá para dizer que é um filme fácil, com 2h22 de duração a fita exige atenção, caso contrário pode se tornar confusa.

Os atores mais conhecidos do elenco, Brad Pitt, Cate Blanchett, Gabriel García Bernal e o japonês Koji Yakusho, têm desempenhos dentro do esperado, além dos atores nos papéis secundários como a Rinko Kikuchi como a jovem japonesa e Nathan Gamble, a babá mexicana. No caso do galã Brad Pitt, é preciso estar sempre lembrando que o homem agoniado que está no Marrocos com a esposa ferida é ele mesmo, pois de galã ele não tem nada durante todo o filme.

Apontado pela crítica especializada como um dos fortes candidatos ao Oscar, a produção é uma das estréias aguardadas que vale a pena ser conferida. Pode até ser uma aula sobre as distâncias sociais que nos cercam. Basta querer ver.

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