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O aniversário de 40 anos do Balé do Teatro Guaíra (BTG) enfim será celebrado como melhor cabe a um grupo de bailarinos: dançando. Ao estrear uma nova coreografia nesta sexta-feira (25), o principal corpo de baile paranaense revisita um tema de sua história, recriado em passos contemporâneos. O mito indígena dos amantes eternamente separados, que deram origem às belezas naturais de Foz do Iguaçu, é contado em movimentos e música no balé Lendas das Cataratas do Iguaçu, no Guairão.Há mais de 20 anos, o coreógrafo Carlos Trincheiras partiu do mesmo mote para criar um balé clássico para o BTG. Equilibrados sob sapatilhas de pontas, os bailarinos incorporavam os apaixonados Naipi e Tarobá e o vingativo MBoi, ao som de uma composição pré-existente do boliviano radicado no Brasil Jaime Zenamon, escolhida por Trincheiras.

O mesmo compositor assina a trilha sonora da nova versão, com a diferença significativa de que, desta vez, Zenamon compôs um tema especialmente para o balé. Param aí – e na repetição da lenda, é claro – as semelhanças entre as duas montagens. A coreografia que o BTG interpreta agora é uma criação nova encomendada ao paulista Rui Moreira, residente em Minas Gerais, onde integrou, no passado, o elenco do Grupo Corpo. Ele dispensou as sapatilhas, deixou os bailarinos descalços sobre um chão de terra, e in­­vestiu na dança contemporânea.

O convite feito a Moreira levou em conta suas pesquisas sobre os movimentos afros e indígenas. Em especial, deste último grupo. "Os índios usam muito o chão e batidas com os pés", revela Carla Reinecke, di­­retora do BTG. "Mas o que o Mo­­reira fez não foi uma mímica dos rituais indígenas e sim um estudo para transpor a essência de alguns movimentos, rituais e jogos."

As bailarinas Mari Paula e Luciana Voloxki se alternam como Naipi, índia caingangue condenada à forma de uma grande rocha por preferir o amor do guerreiro Tarobá (papel de André Neri e Daniel Siqueira), em vez de ser entregue a um deus-serpente, MBoi. Seus figurinos, feitos de tule de elastano cor-de-pele, recordam o vestuário indígena, em um cenário ocupado por um painel em tons ocres. As cataratas são sugeridas só ao fim, com luz e gelo seco. Embora a música e a coreografia devam estar mais entrosadas por uma ter sido feita, literalmente, para a outra, o espetáculo perde pela ausência da Orquestra Sinfônica do Paraná. Os músicos do Teatro Guaíra gravaram a trilha que será executada, mas não estarão ao vivo para in­­terpretá-la, segundo Carla, por um problema de agenda. A estreia de Lendas... estava previamente marcada para maio, mas foi adiada por quatro meses.

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