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Zeca Baleiro interage pouco com a plateia em show de homenagem a Zé Ramalho | Divulgação
Zeca Baleiro interage pouco com a plateia em show de homenagem a Zé Ramalho| Foto: Divulgação

Quem tinha imaginado Zeca Baleiro num banquinho e violão falando coisas lindas sobre Zé Ramalho no que seria um show intimista proposto pela série BB Covers (em cartaz neste sábado e domingo no Guaíra, com ingressos esgotados) se surpreendeu com a atmosfera cênica montada pela diretora Monique Gardenberg para a noite de sexta-feira.

O maranhense iniciou a apresentação de costas para o público, num sobretudo escuro, em meio ao gelo seco abundante. Ao redor, além da banda Cavalos do Cão, composta por cinco músicos, tiras de alumínio permitiam projetar cores diversas, com projeções de vídeo ao fundo.

As primeiras imagens transportaram o palco para o universo, enquanto era entoada "Ave de Prata" (1979). Seguiram-se "A Terceira Lâmina" (1981) e "A Dança das Borboletas" (Zé Ramalho e Alceu Valença, 1977), condizentes com a proposta de Baleiro de resgatar o cancioneiro do mestre nordestino, sem se fixar somente nos hits.

Só na metade do show, Baleiro, que se mostrava pouco disposto a interagir (a primeira saudação veio com um "noite!" e só), falou sobre sua relação com Ramalho. Disse que faria também de bom grado covers de Luiz Melodia e Martinho da Vila, mas o de Ramalho foi o que venceu.

Emocionou ao falar da própria infância, descrevendo o estado catatônico em que ficara ao ouvir o paraibano pela primeira vez no rádio. "E olha que eu não fazia uso de psicotrópicos nem de ansiolíticos", brincou.

Os maiores sucessos não deixaram de constar: "Chão de Giz" (1978), "Avôhai" (1978) e "Admirável Gado Novo" (1979). Para "Garoto de Aluguel (Taxi Boy")( 1979), Monique trouxe um vídeo, gravado por Baleiro, que alude ao período pré-fama em que Ramalho se prostituiu no Rio de Janeiro, em cenas tocantes e poéticas.

No final, Zeca desabafou que tinha estado "cego" o show inteiro, devido ao forte holofote posicionado sobre ele. "Não estou igual ao Ray Charles ou Stevie Wonder, mas sou fotófobo", disse, referindo-se à sensibilidade à luz.

O público clamava "toca Baleiro!", até que, na segunda vez, o cantor soltou um "Cacete! O show é do Zé. Mas vou fazer uma coisinha aqui porque vocês são muito especiais", e mandou "Telegrama", emendando ao final uma homenagem a Jair Rodrigues ("Tristeza...por favor vá embora..."). O ânimo com que a plateia feminina cantou junto mostrou que, realmente, o público se dividia entre fãs dos dois nordestinos.

Palmas esfuziantes ao final chamaram para o longo bis, que só no final ergueu as pessoas da poltrona para dançar. A plateia era formada por gente animada como a funcionária pública mineira Leia Pinheiro, que ouve Ramalho desde criança. "Amei."

Serviço

"Banco do Brasil Covers"Dia 10 de maio, às 21 horas: Maria Gadú canta Cazuza (esgotado)Dia 11 de maio, às 20 horas: Dado Villa-Lobos, João Barone, Leoni e Toni Platão se unem a Liminha com a participação de convidados especiais (André Frateschi, Marjorie Estiano, Paulo Miklos e Sandra de Sá) para cantar The Beatles (esgotado).

Guairão (R. XV de Novembro, 971 – Centro), (41) 3304-7900 ou (41) 3304-7982 (informações).

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