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O épico "Ben Hur", em que Charlton Heston saiu vitorioso da mais famosa corrida de bigas da história do cinema, será reencenado em versão ao vivo no maior estádio de futebol da França. Montado pelo veterano empresário do setor artístico Robert Hossein, o espetáculo terá escala bíblica, com um elenco de centenas de pessoas recriando uma batalha marítima, um combate de gladiadores na Roma antiga e uma corrida de bigas na arena de 15.000 metros quadrados.

- Posso lhes dizer que há cenas no espetáculo que são de tirar o fôlego - disse Jean-Christophe Giletta, do Stade de France Productions, que está montando o show.

Os críticos intelectualizados franceses frequentemente fazem pouco caso de Hossein, ator e produtor que se especializou em espetáculos grandiosos sobre temas religiosos ou históricos, desde "Um homem chamado Jesus" até "De Gaulle, o homem que disse não" ou "Eu me chamava Maria Antonieta".

Mas o sucesso de Hossein tem sido inegável. "Um homem chamado Jesus" atraiu 700 mil espectadores, e a previsão é que "Ben Hur" lote o Stade de France, palco da vitória francesa na final da Copa do Mundo de 1998, nas cinco noites a partir de 22 de setembro.

Hossein, que tem quase 80 anos, pode não ser sutil, mas representa uma tradição que data do teatro de revista e os melodramas populares dos chamados "teatros de boulevard" parisienses do século 19, e seu ritmo de trabalho tem sido incansável ao longo de uma carreira de quase 60 anos.

"Ben Hur" conta a história do príncipe judeu Judah Ben Hur e seu triunfo sobre seus perseguidores romanos, baseada num romance do general da Guerra Civil Americana Lew Wallace. O tema parece ser apropriado para as ambições de Robert Hossein.

A publicidade do espetáculo diz que ele ser "maior que a lenda".

- "Ben Hur" é universal, é internacional, todo o mundo sabe o que é, mas ninguém ousou montar o espetáculo até agora - disse Giletta, acrescentando que está sendo negociado o envio do show para o exterior, incluindo os Estados Unidos e a Ásia.

O treinamento dos cavalos usados na corrida de bigas, que dura 14 minutos, na qual o inimigo de Ben Hur, o romano Messala, cai de sua biga e é arrastado pelo chão, levou nove meses num centro equestre especial próximo a Paris.

- Não é como no cinema, onde, se você erra uma tomada, pode refazê-la - explicou Giletta. - Aqui, ser uma corrida de bigas ao vivo todas as noites.

Ele contou que, após meses de preparativos, os produtores acreditam que nada dará errado. Mas não deixa de persistir algum nervosismo.

- Cavalos, você sabe como é - você pode treiná-los muito, mas eles continuam sendo cavalos. Haverá 60 mil espectadores à volta deles durante a corrida, então é claro que existe um elemento desconhecido em ação.

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