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Um concerto da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência de Roberto Duarte, encerrou a programação da Bienal no último domingo | Davy Alexandrisky/Divulgação
Um concerto da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência de Roberto Duarte, encerrou a programação da Bienal no último domingo| Foto: Davy Alexandrisky/Divulgação

Destaque

Saiba quem são os compositores do Paraná que tiveram obras apresentadas na 20ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea:

Curitiba

• Daniel Vargas Coelho

• Felipe de Almeida Ribeiro

• Maurício Soares Dottori

• Roseane Yampolschi

• Harry Crowl

Londrina

• Fernando Hiroki Kozu

• Tadeu Moraes Taffarello

Maringá

• Caio Tikaraishi Pierangeli

• Marcus Alessi Bittencourt

8 dos 33 compositores com obras concursadas na Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Funarte são residentes no Paraná, que ainda teve Harry Crowl entre os nomes com obras encomendadas por meio de uma comissão.

  • Maurício Dottori, professor do Departamento de Artes da UFPR e um dos compositores do estado presente na Bienal

Terminou no último domingo, com um concerto da Orquestra Petrobras Sinfônica no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a vigésima edição da Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Fundação Nacional das Artes (Funarte).

Foram estreadas 73 obras selecionadas – 33 por meio do Prêmio Funarte de Composição Clássica em 2012 e 40 via encomenda a compositores eleitos por uma comissão de músicos com participação expressiva nas Bienais, como o catarinense Edino Krieger.

O perfil das obras, escritas para formações que vão de solos e duos a orquestra sinfônica (passando por eletroacústica), não permite identificar correntes, movimentos ou agrupamentos estéticos. "Só dá para ter uma ideia de que o cenário está muito variado", opina o compositor Tadeu Taffarello, pesquisador da Universidade Estadual de Londrina que teve obra estreada na Bienal e acompanhou os concertos desde o início do evento, no dia 27 de setembro. Para o compositor e professor do departamento de Artes da UFPR Maurício Dottori, a identificação entre os compositores de música clássica contemporânea se dá em aspectos como "não repetitividade" e "não replicação". "Até temos as nossas ‘modas’, mas elas dialogam com um passado muito maior", explica.

A diversidade é uma espécie de princípio que difere a Bienal de eventos no Brasil e no exterior em que há diretrizes estéticas. "Costumo dizer que a Bienal não tem nenhum caráter. Não temos nenhum compromisso com alguma estética, ideologia musical ou concepção do que deve ser a música, como deve ser a música do futuro", diz o musicólogo Flavio Silva, que é coordenador de música erudita da Funarte e um dos principais realizadores do evento.

Paraná

Já o perfil por região motiva interpretações. Das 26 obras de compositores do Rio de Janeiro estreadas na Bienal, 20 foram encomendas – um efeito do histórico tanto da tradição de formação musical na cidade quanto do próprio histórico da Bienal, que foi por muitos anos um fato carioca.

Mas a presença de compositores de um total de 13 estados via concurso, que é um mecanismo alheio a direcionamentos e propício ao surgimento dos novos nomes, mostra um processo de mudança no cenário em que o Paraná se destaca.

Das 33 obras premiadas no concurso, 8 são de compositores residentes no estado (que também teve Harry Crowl entre os nomes que receberam encomendas). É o estado com o maior número de obras concursadas.

Flavio Silva escreveu no texto de apresentação do evento que o número torna "flagrante" o peso da inovação no Paraná. E diz que não há mistério: os destaques surgem em lugares onde há prática musical sistemática e de qualidade.

"Ouvi de Flavio Silva que é impressionante a presença do Paraná este ano. A Bienal tem essa coisa de afirmação", conta Dottori.

As plateias dos concertos da Bienal, realizados na Escola de Música da UFRJ, foi formada principalmente dos próprios compositores, músicos e estudantes – perfil que resulta em conversas qualificadas nos coquetéis que se seguem às complexas apresentações e fazem do evento uma espécie de convenção. Mas a ideia é que as Bienais passem a investir mais na difusão – uma faceta inaugurada nesta edição com a gravação em vídeos dos concertos para publicação na internet em novembro. "A Bienal, que já foi um lugar de uma criação descompromissada, passa a ser um local de criação paga, realização e divulgação", diz Flavio Silva.

O repórter viajou a convite da Bienal.

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