Como comprar
Confira os endereços, telefones, sites e e-mail das editoras.
Conselho Editorial do Senado
Site: www.livrariasenado.com
E-mail: livros@senado.com.br
Telefone: (61) 3311-3575 ou (61) 3311-3576
Preço dos livros: entre R$ 10 e R$ 50
Editora da UNB
Site: www.editora.unb.br (informações) e www.livrariauniversidade.unb.br (vendas)
Telefone: (61) 3035-4211
Preço dos livros: a partir de R$ 15
Brasília - Autores de não-ficção que cansaram de dar com o nariz na porta de grandes editoras podem recorrer a uma opção quase desconhecida. Escondido no labirinto de corredores do Congresso Nacional, o Conselho Editorial do Senado (CES) está aberto a obras descartadas pelos livreiros industriais. Todo material com valor histórico e cultural não vale romance e poesia está no perfil.
Criado há 11 anos, o CES pratica uma espécie ostracismo voluntário, apesar de já ter publicado 190 livros. "Eu não vou atrás dos jornais. Os jornalistas é que têm de perceber o valor do que estamos fazendo e vir até a gente", diz o vice-presidente e manda-chuva do conselho, o maranhense Joaquim Campelo Marques.
Antes de começar a explicar a finalidade do órgão, o editor deixa claro que não é político. Como exemplo, cita que a exclusão dos textos de ficção é uma estratégia para evitar pressões pela publicação de "genialidades" de afilhados de senadores ou dos próprios. Também estão descartadas publicações técnicas referentes ao trabalho legislativo, como projetos ou obras sobre leis.
Ao longo dos anos, o CES tenta se firmar como independente. Marques não esconde que foi indicado para o cargo pelo idealizador e presidente do órgão, senador José Sarney. Ressalta, porém, que apenas uma obra do conterrâneo foi publicada pelo conselho Amapá, a Terra onde o Brasil Começa a qual se encaixaria na linha editorial pela "relevância histórica".
Ao fugir das amarras políticas, o conselho parece ter encontrado um nicho definitivo. O órgão aboliu coleções referentes a comemorações de datas históricas, como ocorreu com os 500 anos de Descobrimento do Brasil, e criou identidade própria. A partir deste ano, todos os títulos seguem uma mesma numeração cronológica e são identificáveis na capa por uma faixa amarela à direita.
Marques orgulha-se do acabamento refinado e dos preços baixos dos livros, vendidos a preço de custo, entre R$ 10 e R$ 50. A impressão raramente extrapola mil exemplares, divididos entre a venda avulsa e a distribuição gratuita ao público que se destina. Professores e universidades, por exemplo, raramente não conseguem descontos ou mesmo um lote de graça.
Os títulos à disposição não são necessariamente uma leitura indigesta. O mais recente, publicado no segundo semestre, é considerado uma obra-prima entre estudiosos. História da Literatura Ocidental, do austro-brasileiro Otto Maria Carpeaux, serve como dicionário para consulta de todos os principais autores do Ocidente, a partir da Grécia Antiga. A obra está dividida em quatro volumes de 2.876 páginas (cada um custa R$ 50) e a primeira tiragem de mil exemplares já está esgotada.
Outro destaque é a coleção de 11 livros escritos por estrangeiros sobre o Brasil do século 19. Em Viagem do Rio de Janeiro ao Morro Velho, o explorador inglês Richard Burton célebre por levar ao Ocidente a coletânea de contos islâmica Mil e Uma Noites narra com acidez a economia e os costumes perdulários do Brasil imperial.
Entre as quase 200 opções, duas pérolas históricas chamam ainda mais atenção. O Velho Senado, de Machado de Assis, reúne crônicas publicadas em jornais cariocas sobre a atuação de senadores entre 1861 e 1896. Sob pseudônimos simples como "Gil", o escritor destilava críticas que fariam Diogo Mainardi (colunista da revista Veja) corar. "Sempre foi princípio do nosso governo aquele fatalismo que entrega os povos de mãos atadas às eventualidades do destino", diz um texto de 1º de novembro de 1861.
Em As Aventuras de Nhô Quim e Zé Caipora, o conselho conseguiu reunir os primeiros quadrinhos produzidos no Brasil, entre 1869 e 1883. A obra de Ângelo Agostini foi publicada nas revistas Vida Fluminense, Dom Quixote e O Malho. Zé Caipora é tido como o primeiro quadrinho de aventura realista do mundo.
A História do Paraná não ficou de fora da seleção. Em Ney Braga, Política e Modernidade, o jornalista Vanderlei Rebelo conta a trajetória do ex-ministro e ex-governador do estado entre a década de 1950 e sua morte, em 2000. O prefácio é escrito pelo senador Alvaro Dias (PSDB), que curiosamente aposentou Braga da política ao vencê-lo na primeira eleição direta ao Senado após a ditadura militar, em 1982.
Editora UnB
Marques compara o CES às editoras de universidades de grande porte. E, nos mesmos moldes do conselho, funciona no Distrito Federal a Editora da Universidade de Brasília (EDU), que passa por um processo de reestruturação. Após ser considerada a maior do segmento no Brasil durante a década de 1980, ela sofreu com escândalos de corrupção que ganharam o noticiário nos últimos cinco anos.
O diretor da EDU, Norberto Abreu, diz que a editora tem os direitos de publicações de aproximadamente 2 mil clássicos da literatura mundial. "Esse acervo é o nosso maior patrimônio", explica o professor. Entre as obras, a mais procurada é o Dicionário de Política, do italiano Norberto Bobbio, que já vendeu mais de 10 mil exemplares.
Na última quarta-feira, a retomada ganhou força com a republicação de outros cinco títulos esgotados. Os mais famosos são a Filosofia da História, de Hegel, e Crime e Costume na Sociedade Selvagem, de Malinowski.
Ao contrário do CES, a EDU está preocupada com as vendas tanto que tem uma loja própria no aeroporto Juscelino Kubitscheck. O mais importante para ambos, no entanto, é produzir com constância. E se firmar como celeiro dos bons, baratos mas ainda raros livros de Brasília.
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