Pelo papel da protagonista de Blue Jasmine, de Woody Allen, Cate Blachett deve receber seu primeiro Oscar| Foto: Divulgação

Empate

Gravidade e 12 Anos de Escravidão dividem prêmio de produtores

Folhapress

Gravidade, de Alfonso Cuarón, e 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen, dividiram na noite de domingo, em cerimônia realizada em Beverly Hills, o principal prêmio do Producers Guild of America, promovido pelo sindicato de produtores de televisão e cinema dos Estados Unidos e considerado um dos mais fortes termômetros para o Oscar.

Nos últimos seis anos, todos os filmes escolhidos pelo sindicato para seu principal prêmio acabaram vencendo o Oscar de melhor filme. O raro empate na premiação de ontem, no entanto, mantém a corrida pelo Oscar mais incerta. Outros premiados durante a noite foram Frozen – Uma Aventura Congelante, como melhor animação, We Steal Secrets: The Story of WikiLeaks, melhor documentário, Minha Vida com Liberace, melhor filme para a tevê, Breaking Bad, melhor série de drama para a tevê, e Modern Family, melhor série de comédia para a tevê.

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Na sequência do prêmio da Associação dos Correspondentes Estran­­geiros de Hollywood – o Globo de Ouro –, a Screen Actors Guild também atribuiu seu troféu para os melhores do cinema em 2013. O SAG Award foi entregue no último sábado à noite, em Hollywood. O sindicato dos atores confirmou o favoritismo de Cate Blanchett para o Oscar. Depois do Globo de Ouro, a Blanche DuBois de Woody Allen em Blue Jasmine somou mais um prêmio ao seu currículo. É o ano de Cate, que já foi indicada diversas vezes, mas nunca ganhou o Oscar de melhor atriz. O interessante é que ela vai ganhar seu prêmio num ano em que Sandra Bullock poderia vencer, e ninguém iria reclamar, pela astronauta de Gravidade, de Alfonso Cuarón.

Cate foi imperial. Elegan­­térrima – como no Globo de Ouro –, reclamou que teria apenas 29 segundos para fazer seu agradecimento, e isso depois que o melhor ator, Matthew McConaughey, falou durante "horas". Em seu discurso ele foi até Netuno, brincou Cate. A plateia, e o próprio McConaughey, vieram abaixo, de tanto rir. Não faz muito tempo, a crítica já desistira do marido da brasileira Camila Alves. McConaughey teria perdido toda ambição artística, adaptando-se ao seu papel de galã. Só que o bonitão, atendendo ao chamado de sua consciência, deu de ousar nos últimos anos. Com isso, e por isso, liberou qualidades e mostrou que pode ser – é – um grande ator.

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Mais até do que Cate, 2013 foi seu ano. Muitos papéis, até um pequeno (na duração, mas poderoso) em Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese. E aí veio o garanhão aidético de Clube de Compras Dallas, de Jean-Marc Vallée, que estreia em fevereiro no Brasil. Soropositivo, o personagem descobre que precisa de medicamentos que não são vendidos nos Estados Unidos. Monta uma rede – trafica – para facilitar remédios a portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida. Lidera uma revolução. McConaughey é grande, e o filme tem Jared Leto, que também confirmou o Globo de Ouro e ganhou o SAG Award de coadjuvante. Faz uma travesti. Tem uma cena arrasadora com o pai homofóbico. Só ela já vale o prêmio.

Lupita Nyong’o foi a melhor coadjuvante, por 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen. O prêmio de melhor elenco é mais um a pavimentar a carreira de Trapaça, de David O. Russell para o Oscar. Os próximos indicadores – os prêmios das Guilds de roteiristas, diretores e produtores – vão ajudar a definir se 12 Anos... confirma o favoritismo, ou se será atropelado pelo filme de O. Russell.