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Um dos grandes compositores brasileiros de música erudita, Radamés Gnattali, tem seu 100º aniversário lembrado neste ano. Nascido em Porto Alegre (RS), em 1906, numa família de imigrantes italianos, tinha tudo para ser um músico erudito à moda clássica. Tocava piano, compunha e sonhava em ser um grande instrumentista. Mas a falta de dinheiro e a obrigação de se virar para conseguir o sustento acabaram levando o rapaz a enfrentar outros tipos de desafio. Fez arranjos, tocou em sessões de cinema mudo e acabou indo parar na rádio, conduzindo orquestras de música popular.

Quem ganhou com esta necessidade de se virar foi a música brasileira. Agora, quando se comemoram os cem anos de nascimento de Gnattali, sabe-se que uma de suas principais contribuições para a música no Brasil foi a miscelânea que ele conseguiu fazer com pelo menos três gêneros diferentes de sonoridade: jogava elementos do jazz norte-americano na sua formação clássica com influência da música popular brasileira

A principal virada na carreira do músico ocorreu no começo dos anos 30. Sem dinheiro para pagar as contas, aceitou um trabalho na Rádio Clube do Brasil. Mais tarde, passou para a Rádio Nacional. Tocava para acompanhar as grandes estrelas da época, regendo também uma pequena orquestra. Escrevia, em média, nove arranjos novos por semana. Entre eles, alguns históricos, como o que escreveu para "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, criticado à época como norte-americano em excesso.

Apesar de ser conhecido como um homem de temperamento fechado, Gnattalli também se transformou numa espécie de professor de novas gerações de músicos. Entre os que seus discípulos estão desde Tom Jobim até o violonista Raphael Rabello.

O músico morreu em 1988, aos 82 anos, em conseqüência de um derrame.

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