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No decorrer da semana passada, o artista plástico Tom Lisboa pendurou 50 molduras coloridas em diferentes espaços de Curitiba. Das praças aos pontos de ônibus, das lojas de revelação fotográfica aos cafés do centro, os objetos afetaram os espaços e seus passantes. Em alguns casos, os quadros vazados foram arrancados em questão de minutos. Em outros, eram motivo de estranhamento e deslumbre. O diário da experiência está no site oficial do autor, no endereço www.sintomnizado.com.br/cinematografo, incluindo fotografias e vídeos.

O projeto é a terceira intervenção urbana de Lisboa, depois de Ficções Urbanas, de 2004, apresentada em 20 outdoors, e polaróides (in)visíveis, de 2005. "Com as polaróides comecei a fazer um trabalho em que eu não dou imagens prontas para o espectador. Eu faço uma parceria, eu dou uma dica, e o espectador faz a imagem para mim", recorda o autor, que espalhou textos em diferentes pontos da cidade descrevendo imagens próximas ao local em questão, incentivando os transeuntes a buscá-las.

O Projeto Cinematógrafo também não oferece imagens encerradas, mas tampouco constitui uma obra, como as polaróides. "Nas polaróides, o espectador revelava uma imagem para mim. Com as molduras estou dando um equipamento para a pessoa fazer as imagens, para brincar de fazer enquadramentos dessas imagens em movimento, das imagens da cidade", diz o artista.

As peças foram espalhadas em espaços abertos e fechados, procedimento que, afirma Lisboa, não teve qualquer pretensão política. "Embora exista o conceito de aberto ou fechado, esses espaços da cidade não têm como ser completamente dissociados. Tem porta e janela que coloca o privado em contato com o público, não há esse isolamento. Nunca vejo um problema por estar em um espaço e não em outro. É uma questão de pensar a maneira de inserir o trabalho em cada lugar", afirma Lisboa.

Para ver e usar as molduras, é preciso contar com a sorte. Aquelas instaladas em espaços abertos estarão expostas indefinidamente, à mercê do humor e boa vontade do público. Nas livrarias, cafés, museus e outros locais fechados, os trabalhos estarão à mostra até o dia 12 de junho, pelo menos, ou até que os proprietários dos estabelecimentos decidam o contrário.

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