
Se existe algo que o cinema ainda não conseguiu cumprir com eficiência é adaptar jogos de videogame. Isso é um consenso tanto para gamers quanto cinéfilos. “Tomb Raider”, “Street Fighter”, “Doom” e “Hitman” são apenas alguns exemplos de jogos famosos que se tornaram filmes pavorosos. Havia a expectativa de que “Warcraft: O Encontro de Dois Mundos”, que estreia nesta semana, mudasse o quadro. Mas o resultado final, endossado pelas primeiras críticas, mostra que ainda não foi dessa vez.
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“Warcraft”, o jogo, foi lançado em 1994 inspirado na mitologia e no universo de J.R.R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis”). A ação se passa no reino de Azeroth, onde duas facções vivem em confronto: a Aliança, formada por humanos, anões e elfos, e a Horda, de criaturas grotescas como orcs e trolls.
Inicialmente, a versão cinematográfica ficaria a cargo de Sam Raimi (dos primeiros “Homem Aranha”), que abandonou o projeto no início. A tarefa foi repassada a Duncan Jones, filho de David Bowie, que tinha até então dois filmes no currículo: a ficção científica existencial “Lunar” e o thriller “Contra o Tempo”. Acima de tudo, Jones era um jogador de “Warcraft”.
Em entrevista ao New York Times, o diretor conta que se viu obrigado a mudar o roteiro que lhe foi entregue. “Era aquele velho conceito de que humanos são os caras bons e os monstros, maus. Isso não traduz a essência de ‘Warcraft’, a ideia de que há heróis dos dois lados”, afirma.
Sendo assim, “Warcraft”, o filme, começa apresentando o lado dos orcs, em que o herói é Durotan, comandante das tropas que invadem Azeroth. Entre os humanos, o líder é Lothar (Travis Fimmel), que convoca o Guardião Medivh (Ben Foster) para ajudar a derrotar os invasores. A partir daí o roteiro condensa sem grandes explicações um conjunto de personagens e conflitos que talvez sejam assimiláveis apenas àqueles familiarizados com o jogo.



