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O filme "O Código Da Vinci" (veja trailer), baseado no best-seller de Dan Brown e estrelado por Tom Hanks, começa a rememorar a polêmica em torno de "A paixão de Cristo", de Mel Gibson, de 2004, quando lideranças católicas ao redor do mundo tentaram proibir o longa de ser exibido em seus países. No Brasil, nas Filipinas e na Índia, grupos e autoridades já tomaram as dores do público contrário às idéias do escritor norte-americano e tentam impedir sua exibição. O Vaticano e Opus Dei também são contra. O filme, que entre outras teorias diz que Jesus casou com Maria Madalena e teve filhos com ela, tem estréia mundial no próximo dia 19.

O advogado Affonso Pinheiro, em nome do deputado Salvador Zimbaldi (PSB-SP), dirigiu-se nesta quarta-feira para o Fórum Regional de Santo Amaro, em São Paulo, para tentar pela segunda vez a proibição do filme no país.

Na semana passada, a medida cautelar contra a produtora e distribuidora Sony Pictures foi recusada na 2a. Vara Cível sob alegação de que não poderia ser atendida, já que a exibição do filme não confronta leis constitucionais.

Mas Pinheiro protocolou nesta quarta o pedido de apelação da sentença e, caso negado mais uma vez, disse que iria apelar para o Supremo Tribunal de Justiça.

- A liberdade de expressão tem limite, não pode extrapolar a liberdade alheia - disse o advogado.

Ele explicou que no recurso pediu a proibição alegando o direito e proteção aos cultos e suas liturgias, além da proteção de documentos históricos (no caso, a Bíblia) e de grupos que fizeram parte do processo civilizatório do país (já que eles usaram a Bíblia).

- O filme não é ficção. No próprio livro de Dan Brown ele diz no início que é baseado nas pesquisas e nos estudos que ele fez - afirmou o advogado.

O próprio estúdio, no entanto, informa que o filme é sim uma obra de ficção, assim como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

- Não devemos esquecer que a obra em questão é de ficção e não retrata a história de Jesus, nem da Igreja - disse a CNBB em comunicado. - Alertamos, portanto, que a obra, no seu gênero fantasioso, apresenta uma imagem profundamente distorcida de Jesus Cristo.

Nas Filipinas e na Índia, o caso parece mais grave. O Fórum Social Católico indiano convocou uma greve de fome por tempo indeterminado a partir de sexta-feira. Um membro do grupo ofereceu 25 mil dólares para quem "capturar Dan Brown vivo ou morto", segundo notícias de jornais locais.

Em Manila, capital do maior país católico da Ásia, o secretário-executivo do presidente, Eduardo Ermita, disse a jornalistas que os censores das Filipinas deveriam ver o filme bem de perto antes de dar luz verde para sua exibição.

O livro "O Código da Vinci", que vendeu mais de 40 milhões de cópias pelo mundo, também já passou pela ira do Vaticano, que acusou a obra de conter várias "mentiras anticristãs" e convocou os católicos a boicotar o filme.

O grupo católico Opus Dei também tem motivos para se preocupar, uma vez que o filme o caracteriza como uma seita secreta que há séculos trabalha para ocultar a verdade sobre Jesus Cristo. Eles pediram à Sony a divulgação de um aviso com o longa deixando claro que se trata apenas de uma obra de ficção, alegando que isso seria um gesto de respeito à Igreja.

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