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Para uma banda que costuma jogar sempre seguro, foi uma surpresa. Arrancar uma faixa fora do programado e não ensaiada foi o luxo que o Coldplay se deu e o prêmio que o público em São Paulo ganhou após um show em que repertório, músicos e o humor do principal astro, Chris Martin, funcionaram à perfeição.

A apresentação no Via Funchal foi a primeira das três que ocorrem até esta quarta-feira (28) do quarteto inglês na capital paulista - as únicas no Brasil. O tal "clima intimista", mote da turnê, e o teste de novas músicas do grupo foram realmente esquecidos, mas o público pareceu pouco se importar com isso.

Assim que o show começou, com "Square one", a platéia não se segurou nas cadeiras, e os locais demarcados e vendidos a salgados preços (chegando a R$ 400,00) já não significavam mais nada. Melhor para a sintonia entre fãs e o grupo.

Embora os outros três integrantes se mantivessem discretos como sempre, Chris Martin demonstrava estar empolgado. O cantor agitava-se de um lado para o outro e, mesmo quando tinha uma música para tocar ao piano, arriscava uma movimentação mais próxima do público.

Vestido quase todo de preto, com a camisa rasgada na área das axilas (Deus não permita que isso vire moda), a face mais conhecida do Coldplay também pontuou a apresentação com frases em português. "Ôrra, que chuva! Que p... chuva!", disse o cantor, que deverá levar alguns pontos de alagamento em SP como recordação de viagem.

O grupo fluía sem dificuldades pelo show, entregando seus principais hits e exatamente o que a platéia aguardava. "Yellow", "Trouble", "Clocks", "The scientist", "In my place", "Speed of the sound" apareceram sem grandes alterações de arranjo em relação aos discos de estúdio.

Essa é a praia do Coldplay, a de não oferecer sustos aos seus ouvintes nem incomodá-los com variações bruscas. Alguns diriam que é uma postura pouco rock 'n roll, mas é o que Chris Martin sabe fazer - e ele faz bem, e o público adora.

Mas nada como quebrar o protocolo de vez em quando. Até pouco antes do final da apresentação, os momentos extra-palco mais marcantes - e programados - foram as bolas gigantes com serpentina e confete dentro, que Chris Martin detonava com sua guitarra, além de uma interpretação no meio da platéia de "'Till Kingdom Come" somente ao violão e a execução da baladinha "Sparks" para os fãs mais devotos.

Com o esperado encerramento ao som de "Fix you", o público começou a requisitar no grito "Shiver", hit da estréia do Coldplay. Chris Martin disse que não tocava a faixa havia muito tempo, mas que "nunca tinha visto tanta gente gritar por uma música".

No improviso, com letra esquecida lá pelas tantas e corda estourada de guitarra, os fãs foram atendidos e saíram do show mais que satisfeitos, como um complemento especial para os hits que esperavam. Viram uma face diferente do Coldplay que costuma jogar seguro, e o próprio grupo deve ter percebido que não dói sair do script de vez em quando.

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