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Du Gomide é: Janaína Fellini, Rosa Armorial, Música de Ruiz Universo em Verso Livre, Real Coletivo Dub, Grupo Serenô.

É isso e é muito mais. Du Gomide é um mago das cordas. Toca violão, guitarra (ah, a guitarra de Dú…), baixo, viola, banjo, arranha um piano, violino… Enfim, toca tudo que dê para dedilhar alguma corda. E, melhor, toca bem. Ainda compõe e canta. Tão eclético quanto os instrumentos que domina é sua performance musical que vai do samba ao rock, do pop à MPB, do blues ao forró. Du é daqueles que gosta de tocar independentemente de gêneros e transmite esse prazer aos que o ouvem e assistem. Por isso que é bastante requisitado e aquela lista ali acima é de alguns grupos e projetos que integra – e certamente estou esquecendo de outros.

Pois agora, depois de muita estrada, experiência e diversidade musical, Du Gomide chega ao primeiro disco solo. All In é um bom nome resumo para essa estreia solo, mas rodeada de companheiros musicais, começando com Fred Teixeira que assina a produção do trabalho.

Eu já tive várias oportunidades de vê-lo no palco em apresentações sempre prazerosas. Sejam solos de guitarra em rocks rasgados, ou sambas de bom molejo, Du traz sempre uma aura zen, mas um zen energético, concentrado sem ficar fechado em si, enviando uma contagiante energia musical aos presentes.

O disco All In traz tanto essa diversidade musical quanto essa energia zen. Abre com uma canção, "Cangote" em parceria com Bernardo Bravo. Continua com uma canção quase bolero daquelas que poderiam ser cantadas por Ney Matogrosso em "Memória" e já cai no quase rap de "Eu Não Sabia".

As músicas quase sempre trazem bom humor, explícito em "Perdi no Poker", que conta a história de alguém que perde no jogo e tem sorte no amor e de onde foi tirado o nome do trabalho: "All In". A quinta música, "Paz e Bem", tem aroma de Gilberto Gil e traz um belo solo de Sérgio Monteiro Freire no sax soprano.

A sexta faixa, "Quase Lá", parceria com Flávio Alves, é bem zen, calma, com instrumentos e voz quase sussurrados.

A surpresa vem com "Oyá", já gravada pela parceira Janaína Fellini, mas aqui em uma versão completamente diferente, com uma levada de blues-rock e a participação de Leandro Lopes na harmônica.

Depois do momento roqueiro, retorna-se à canção com a bela "Não Há Lamentos", com certo peso no refrão, que contrasta com a delicadeza do restante do arranjo. "Estilista" começa com um cello e homenageia as pessoas que criam roupas e fazem a moda, mas é mais. Resume o trabalho de letras que, de variadas maneiras, discute o amor e o encontro entre pessoas que se desejam, mesmo que por vezes não se reúnam.

"Matero" é dessas que se tocam na roda de violões ao calor de uma fogueira, enquanto o pinhão esquenta na chapa. Homenagem ao lado hippie de Gomide. E vem contrastar com a derradeira "Urubu Rei", totalmente urbana, que remete a Arrigo Barnabé e suas dissonâncias. Com ela, o disco que começou com um cheirinho de "Cangote" termina nas emanações graves e pesadas do urubu rei.

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