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O cantor e percussionista Gustavo Proença estreia espetáculo solo | Anaterra Viana
O cantor e percussionista Gustavo Proença estreia espetáculo solo| Foto: Anaterra Viana

Bom, o cara é universitário e toca samba. E agora? Essa reunião, tal como o sertanejo universitário ou o pagode universitário me dá engulhos, me dá calafrios. Universitário como aposta de estilo musical é, para mim, algo pejorativo. Por isso, não quis botar fé quando me falaram de Gustavo Proença. Azar o meu. O preconceito só me fez mal, como sempre acontece com quem o adota como medida.

Convencido pela jornalista Karla Gohr a escutar o rapaz, só lamentei ter perdido tempo. A descrição do trabalho dele no MySpace (http://www.myspace.com/gustaproenca) é a seguinte: "Paranaense. Gustavo Proença é cantor e percussionista, graduado em Licenciatura em Música pela Faculdade de Artes do Paraná (turma de 2003) pesquisa sobre o sincretismo étnico no Brasil. É percussionista do grupo Terra Sonora e do grupo Bayaka (ambos de música étnica)".

Esqueçamos então o "samba universitário". Quando se fala de qualquer coisa, mas principalmente de arte, o reducionismo faz mal para a inteligência. Peguemos o exemplo do "Gusta", pelo que lemos nas linhas que descrevem acima o trabalho dele: cantor, percussionista, samba e música étnica. Além disso, ele também tra­­balha com nu jazz e lounge, e é compositor e cantor da banda Nêgomundo (afrobeat e sambasoul) e compositor e percussionista do grupo de samba Serenô.

Impossível unir tanta coisa, diria você que, como eu, não co­­nhecia o trabalho dele. Não tente medir o trabalho de Proença. Ele faz as coisas se encaixarem e tira das experiências um som com personalidade própria, podendo ora misturar tudo, ora trabalhar com tudo separadinho, cada qual no seu quadrado.

Hoje, Gustavo Proença estreia o show Minha Alegria, no Teatro José Maria Santos, a partir das 20 horas. É um trabalho dedicado ao samba, com pesquisa das variadas formas de apresentação do ritmo brasileiro com influências africanas. En­­tre as músicas apresentadas estará "Mar Grande", excelente composição que ele interpreta como ninguém e, por isso, venceu o Festival Samba do Compositor Paranaense 2010. E que voz! Suave, quase delicada, cheia de nuances, de fraseado que consegue ser calmo e revigorante. Lembra os velhos mestres do samba, como Cartola, Paulinho da Viola, Nelson Sargento.

Estarão com Gustavo Proença no show os músicos Lucas Melo (violão 7 cordas), Tiago Portella (cavaquinho), Evandro Manchinha (gaita ponto), Alex Figueiredo (percussão), Denis Mariano (percussão), Priscila Pontes (voz) e Teka Simon (voz). Participações especiais de Iria Braga (voz) e Audryn Souza (trompete).

Mar de Dentro

Outra que estreia show solo nesta semana, por incrível que pareça, é a cantora e compositora Thayana Barbosa. Digo que é incrível, pois mal dá para acreditar que ela ainda não fez qualquer espetáculo solo. É uma das coordenadoras do Mundaréu e, na Virada Cultural, teve uma participação preciosa como cantora no show de Arrigo Barnabé com a Orquestra à Base de Sopro.

Mar de Dentro é o nome da apresentação que acontece na sexta-feira, às 20 horas, no Terreirão do Mundaréu (Rua Domingos Nascimento, 149 – próximo ao Cemitério Municipal). O nome vem das composições que Thayana desenvolveu ao longo do tempo e que agora serão mostradas pela primeira vez ao público, com as participações de Jorge Falcón e Val de Oliveira. Ela promete manter esse show por todo o ano de 2011.

O Espaço Cultural Terreirão do Mundaréu (www.mundareu.com.br ) está com uma programação cheia nesta semana. Desde sábado, já houve exibição de documentários, festa caiçara com fandangueiros do litoral e oficina de fandango. Hoje à noite, tem show com Itaércio Rocha; amanhã, Melina Mulasani apresenta o espetáculo O Monstro da Barriga Esburacada de Petit Pavê – que é o nome do disco dela, com participação de André Abujamra. E, no sábado e domingo, acontece a estreia do novo show do Mundaréu, Pisêro. E bate o bumbo e roda a roda da música do Paraná!

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