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O quarteto curitibano Telesônica acaba de lançar o EP Escapatória | Divulgação
O quarteto curitibano Telesônica acaba de lançar o EP Escapatória| Foto: Divulgação

Músico é um bicho teimoso. As portas ba­­tem na cara dele, as cascas de banana se esparramam pelo chão em busca dos seus pés, a dura realidade desafina a vida todinha, mas o músico que é músico persiste. O Caso mais recente que confirma a tese é a da banda Telesônica. Philippe, Vinicius, Heberthy e agora, também, Babi são duros na queda. Há cerca de dois anos lançaram o primeiro EP, Caso Faça Frio e, apesar da qualidade, pouca coisa aconteceu. Todos têm de se virar e se dedicar a trabalhos mais lucrativos fora da música. Felizmente para nós, a danada da música não os deixa. Agora, arrumando um tempinho aqui, um espacinho ali, lançaram sete músicas no segundo EP, Escapatória. Embora a produção seja caseira, dá para sentir o cuidado e o apreço deles pelo que fazem. Você pode ouvir e baixar tudo pelo endereço deles no MySpace. Segue, abaixo, uma entrevista feita com a banda via e-mail (espaço curto não deu para tudo, mas leia a entrevista completa no blog Sobretudo):

Por que a escolha da distorção do vocal?

Pode parecer estranho mas a opção pelo vocal distorcido vem de duas situações distintas. Somos fãs de filmes antigos e temos apreço por praticamente todos os gêneros. Mas os de ficção científica tiveram bastante influência no processo. Queríamos passar a idéia do Low-fi agregado aos efeitos disponíveis para voz, passando a impressão de estarmos nesse cenário trash e oitentista, típico dos filmes low budget que marcaram nossa adolescência. Além disso, também optamos pela voz distorcida em função da busca pela singularidade. Queríamos soar diferente das demais bandas de Curitiba.

Se a banda está um tanto dispersa com os trampos que dão dinheiro, como está sendo o pro­­cesso de composição e ar­­ranjos das novas músicas?

Com toda certeza no nosso caso em específico não dá apenas para viver de música aqui em Curitiba. Fazemos músicas autorais e não pretendemos ser o Oasis Cover, entende? Claro, o mix do nosso repertório com as covers representa a nossa vontade de expormos ao público aquilo que nos motivou a fazer música. Sendo assim, somos obrigados a termos empregos em paralelo e claro, isso atrapalhou o processo de composição do novo EP, mas não a ponto de abortarmos o projeto.

O que inspira a banda nas composições?

A inspiração vem principalmente da própria música. É muito difícil ouvirmos Wilco ou Neil Young e não querermos compor algo.

Um leitor do blog comentou que vcs lembram os Strokes. Eu já encontrei no primeiro trabalho uma inspiração em Los Hermanos. Quais são as influências? E a comparação com outras bandas é boa ou é ruim?

Strokes e Los Hermanos fazem parte da nossa geração. Todos temos mais de 20 anos e menos de 30. Essas duas bandas escreveram boa parte da história dos anos 2000, então é natural que eles influenciem não só o nosso som mas uma porrada de outras bandas. Em suma, as nossas influências variam de Jobim à Cobain.

Com relação à comparação, achamos natural. Antes de nós milhares de bandas surgiram no mainstream. Então sempre soaremos como a "banda X, Y ou Z" para alguém. Estar no ramo de músicas autorais é pôr a cara pra bater.

A programação de shows e viagens para divulgação do novo EP continua ou está suspensa?

Nós estamos fazendo shows mas apenas em Curitiba – e periodicamente. Buscamos exposição mas não superexposição. Lógico que gostaríamos de fazer sucesso mas primeiro temos que fazer isso por nós mesmos, pelo prazer de tocar, conciliando a música com as nossas obrigações extra-música. E até em função disso, as viagens estão vetadas. Já a divulgação online continua no mesmo ritmo do primeiro EP.

O que vocês estão achando do cenário musical paranaense?

Olha, é difícil comentar sobre o cenário paranaense porque ele se divide em diferentes pólos e nichos que fogem um pouco da nossa compreensão e imersão. Aqui em Curitiba, por exemplo, Sabonetes, Copacabana Club, Fuja Lurdes, Charme Chulo, entre outras bandas, estão conseguindo, por meio das ferramentas disponíveis na internet, uma exposição muito bacana e que merece respeito. No norte do estado tem o movimento Psychobilly, que é superforte. Resumindo, acho que o cenário é próspero, mas desestruturado.

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