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 | Ingrid Skåre/Especial para a Gazeta do Povo
| Foto: Ingrid Skåre/Especial para a Gazeta do Povo

Não chame o Conselho Tutelar, mas estou aliviada com o fim do feriado. Quatro dias com um bebê que não quer comer é dose para leão.

Sim, é seu filho fofinho, querido, amado, bilu bilu, mas tem hora que você só quer entregar na escola, onde magicamente eles comem que é uma beleza.Em casa, não. Passou a pão, água e banana. Estou torcendo para essa fruta ser muito, mas muito rica em vitaminas, porque tem sido o maná diário da minha filhinha.

Tentei a polenta, o risotinho, tudo cozido em fogo lento a partir da fotografia enviada pelo berçário: é assim que ela come, mãe, capricha aí.Não funcionou. A vantagem é que pão entrou para a seletiva dieta dela. Conhecem algum bem nutritivo? Pensei em encomendar a alguma padaria um pão de feijão com arroz.

A maternidade tem dessas coisas. Eu ainda não tinha me livrado do estigma da gororoba em três anos de casamento quando a necessidade de alimentar o bebê lançou tudo no ventilador. Sábados, domingos e feriados ela tem que almoçar e jantar. Ahã, sei. O que vão ser das férias, meu Deus.

Quem tem filho deve conhecer as diferentes reações da criança. Bater na colher e jogar tudo no chão. Gritar com o corpo enrijecido e arqueado. Puxar os próprios cabelos.

Que inveja das mães que fazem até papinha gourmet. As recomendações incluem não alimentar com bolachas nem leite materno duas horas antes da refeição, nem substituir refeições por algo que a criança coma (no caso, pão e banana. Vulgo x-mico). Mas como resistir ao desejo intrínseco a qualquer mãe de ver sua prole ingerindo calorias? Agora entendo a colega Joana: “Ai, que saudade da barriga, quando eu tinha certeza que ela estava comendo de tudo”.

Estou quase convencida de que o motivo de ela comer na escola ultrapassa a receita. Entra também o ambiente, mais militarizado, com olha o aviãozinho coletivo em que cada criança precisa garantir o seu.

Em casa, tenta-se de tudo. Deixar comer sozinho (não recomendo). Dar uma colherzinha de brincadeira. Colocar música. Dançar conforme a música. Se esconder e aparecer, para aproveitar a boca aberta de risada e colocar lá dentro a colher (pode funcionar ou não).

Agora, para acabar mesmo com minha moral encontro na livraria o seguinte título: “Vovó, socorro! Mamãe não sabe fazer papinha (gostosa, claro...)”.Grrrrrrr.

Percebo que aquilo que para mim é angústia, para mães que já passaram dessa fase já são favas contadas. “Ah, ele toma a mamadeira de noite e pronto”. Outras pessoas com filhos maiorzinhos disseram para relaxar, apelavam à papinha industrializada mesmo (já experimentou? Essas eles comem facinho).

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