Sookie (Anna Paquin) e Bill (Stephen Moyer): amor à primeira mordida| Foto: Divulgação

Quem reclama da falta de erotismo e do excesso de recato em Crepúsculo – primeiro filme baseado na quadrilogia de livros teens da escritora norte-americana Stephenie Meyer –, anda festejando aliviado. Elemento fundamental em nove entre dez histórias de vampiros, a sensualidade transborda na primeira temporada de True Blood, série que vai ao ar todos os domingos no canal pago HBO, às 22 horas.

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Indicada ao Globo de Ouro de melhor seriado dramático, a produção deu o troféu de melhor atriz à canadense Anna Paquin, que ganhou o Oscar de coadjuvante aos 11 anos por O Piano (1993) e foi a mutante Vampira (Rogue) nos filmes da franquia X-Men.

True Blood é uma criação de Alan Ball, roteirista oscarizado de Beleza Americana e da série cult A Sete Palmos, também produzida pela HBO. Não se trata, contudo, de uma ideia original: baseia-se nos livros da escritora Charlaine Harris. Os romances compõem uma saga vampiresca que se desenrola por vários volumes numa pequena cidade do estado da Louisiana, sul dos EUA.

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Misturando ingredientes como terror, mistério, crítica social e muito erotismo, True Blood tem, assim como a quadrilogia Crepúsculo, uma jovem mortal e um vampiro como protagonistas. Mas as semelhanças param por aí.

A personagem central da série é Sookie Stackhouse (Anna Paquin), garçonete jovem e espevitada com poderes extrassensoriais: ela tem a habilidade de ler mentes. Funcionária do Merlotte’s, típico diner de beira de estrada americano, a garota se defende como pode dos pensamentos libidinosos da clientela, mas sua vida amorosa é um desastre. Sempre sabe o que anda rondando a mente dos pretendentes e, geralmente, não é boa coisa. Por isso que, quando conhece o vampiro Bill Compton (Stephen Moyer), Sookie sente uma atração fulminante – ele é imune aos seus poderes sensitivos.

A novidade do seriado, baseado quase integralmente no livro Morto Até o Anoitecer, publicado no Brasil pela Ediouro, é trazer os vampiros para a vida cotidiana dos mortais. Cientistas japoneses desenvolveram sangue artificial que pode ser engarrafado e vendido em bares e supermercados. Portanto, homens, mulheres e crianças já não constam, necessariamente, da dieta dos sanguessugas, que agora constituem uma espécie de minoria, assim como negros, latinos, gays e lésbicas.

Mas, a exemplo dos grupos acima citados, nem todo mundo gosta dos mortos-vivos. Há ativistas antivampiros e existem, ainda, caçadores que, em True Blood , não são mocinhos, mas vilões. Eles perseguem as criaturas para drenar seu sangue, vendido como droga curativa e espécie de "superviagra", devido à capacidade de estimular sexualmente os usuários.

Não se pode, contudo, esquecer o lado dos dentuços. O sangue sintético made in Japan, embora tenha diversos sabores (A positivo, O negativo, AB e por aí vai), não se compara ao humano e exclui um aspecto essencial: o contato físico com as vítimas, por vezes compensado por encontros sexuais não-fatais entre as duas espécies, que não geram prole, mas rendem algumas das cenas mais bizarras e quentes de True Blood.

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Essa nova sociedade, encapsulada numa pequena cidade do retrógrado Deep South americano, é ao mesmo tempo fascinante e perigosa.

Além da trama provocativa, os personagens coadjuvantes são uma atração à parte. Tara (Rutina Wesley), a melhor amiga de Sookie, é uma garota negra, boca-dura e apaixonada por Jason (Ryan Kwanten), irmão da protagonista e viciado em sexo, adição que o coloca em maus lençóis (literalmente) o tempo todo. Também impagável é Lafayette (Nelsan Ellis), cozinheiro gay do Merlotte’s, que completa seu orçamento fazendo bicos, que vão de serviços pesados, como a pavimentação de estradas da região, ao tráfico de sangue de vampiro. Sem falar de eventuais programas sexuais com deputados e senadores da Louisiana.

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Serviço

True Blood é exibido aos domingos, às 22 horas, pelo canal pago HBO.

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