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Os primeiros três dias de Campeonato Brasileiro, no fim de semana do feriado de Páscoa, simbolizaram bem a decadente situação do futebol nacional. Tecnicamente pobre e administrativamente caótico. Teve de tudo um pouco para desvalorizar a rodada de abertura: jogo interrompido por um interminável imbróglio jurídico; três partidas sem uma mísera bola na rede na divisão de elite; partidas modorrentas e erro absurdo de arbitragem.

A média de gols na Série A, a alma do esporte, foi de 1,6 por jogo. Muito pouco. Se falta qualidade, pelo menos nesse quesito a Série B saiu-se melhor, mesmo sem contabilizar o duelo Joinville x Portuguesa, paralisado aos 17/1.º, quando os paulistas abandonaram o campo agarrados a uma liminar: 2,1 tentos em nove confrontos. A rusga nos tribunais entre a Lusa e a dona CBF, cuja contribuição para a baderna é vultosa, ainda vai render muita dor de cabeça. E empobrecer a disputa que deveria ser a que realmente vale, a dos gramados.

Pena que lá dentro tem quem também atrapalhe. Foi o que fez o árbitro André Luiz de Freitas Castro no Heriberto Hülse, estreando com maestria o show de erros do apito contra os times menos populares, algo tão frequente no Nacional. Mesmo com um elenco nada excepcional, o Criciúma merecia vencer o Palmeiras e já o fazia quando teve um pênalti legítimo não assinalado pela trupe de arbitragem – são cinco em campo, dez olhos ao todo, e nenhum viu o chute de Tiago Alves no peito de Silvinho, completado com a mão na bola do jogador alviverde? O Porco virou o placar, por méritos de seu ataque, mas a vitória não desceu redonda pela garganta.

O alento paranaense é o resultado dos três times longe da capital: duas vitórias e um empate. O Atlético jogou em casa, mas em Florianópolis, punido pela pancadaria de sua torcida com a do Vasco no fim do ano passado. Na prática, campo neutro. Pena para o torcedor rubro-negro que as coisas continuem nebulosas no clube, como o episódio envolvendo a despromoção do goleiro Weverton deixou claro. Na Baixada, cada vez mais o futebol é para os dirigentes e não para as arquibancadas.

Não foram atuações exuberantes, mas o importante, principalmente nesse início sonolento de competição, é pontuar. Nem que seja para poder dormir em paz no segundo turno, como fez o Paraná em 2013. É a tal gordura que o Coritiba admite almejar para recomeçar o torneio, depois da parada para a Copa do Mundo, com alguma tranquilidade.

Para o Tricolor o tempo para desfrutar a vitória em São Luís, no Maranhão, acabou rapidamente, quem sabe até no vestiário do Castelão. Graças ao calendário acelerado, os jogadores do Tricolor já se enxugavam pensando no desafio seguinte, pela Copa do Brasil. Hoje o time encara a Ponte Preta, na Vila, precisando moldar um bom resultado na segunda fase do mata-mata. Claudinei Oliveira, que não teve nem tempo para decorar o nome da galera, de novo não terá oportunidade de criar/treinar qualquer coisa especial. Vai depender basicamente da herança tática deixada pelo exótico Milton Mendes – e ‘Era Drubscky’ não conta.

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