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Julho de 2009. Um Gol cinza cruzava São Paulo dirigido por um Wolverine de 1,90 metro. Ao seu lado, ia o azulado Noturno. No banco de trás, a improvável reunião de Vampira, Psylocke e Mística - todos personagens de X-Men. Esses personagens dos quadrinhos ganharam vida graças aos cosplayers, fãs que se vestem como seus heróis favoritos. Eles levam a fidelidade aos personagens muito à risca, mas existem situações, como esta acima, que é preciso fazer vistas grossas. Naquele ano, esses fãs se dirigiam para a feira Anime Friends, criada para os admiradores de anime e mangá - animação e quadrinho japonês.

Este ano, essa turma tem um lugar adequado. A edição de 2010 da Comic Fair, realizada no Espaço Mart Center, na Vila Guilherme, começa amanhã, para a alegria dos fãs dos heróis. Agora, a megafeira inclui, além do evento homônimo de quadrinhos, o Anime Friends, o São Paulo Game Show e o Ásia Fest, para os aficionados por cultura oriental.

"Hoje temos séries, filmes, sites, programas de TV de sucesso e até produtos com essa temática. Personagens como os da série The Big Bang Theory conquistaram o coração de espectadores mundo afora. Somos nerd, sim. Com orgulho", diz Raquel Cherry, 26 anos analista de marketing e criadora e editora do site Cultura Nerd (www.culturanerd.com). "Antes, ser chamado de nerd era uma ofensa. Hoje, é cool". Para ela, as pessoas estão percebendo que nerd não é alguém com QI acima da média, antissocial, que usa óculos fundo de garrafa e trabalha com computadores. "Somos pessoas normais, que curtem aprofundar seus conhecimentos num determinado assunto", destaca ela.

Os paulistas da banda Fake Number serão uma das atrações musicais do evento. A vocalista Elektra, que adora seriados de TV, se diverte com esses eventos. "Prefiro quadrinhos de super-heróis a anime e mangá", conta. "Vai ser bem divertido. Quem sabe nós não colocamos alguma fantasia?".

O desenhista oficial do Capitão América, o paulista Luke Ross, 37 anos, é um dos palestrantes da Comic Fair, e vê que o interesse pelos quadrinhos norte-americanos em São Paulo têm crescido a ponto de ganhar um evento específico. "Esse movimento é ótimo. Temos exemplos de feiras incríveis nos Estados Unidos, como a Comic-Con. É uma iniciativa muito válida", diz Ross.

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