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Ator na pele de Chacrinha. “Improviso tem espaço e faz parte do show.” | Caio Gallucci/Divulgação
Ator na pele de Chacrinha. “Improviso tem espaço e faz parte do show.”| Foto: Caio Gallucci/Divulgação

A semelhança entre o carisma de Stepan Nercessian e o de Chacrinha já era alvo de comentários mesmo antes de o ator e diretor tomar a frente no espetáculo “Chacrinha – o Musical”, que ganha o palco do Teatro Positivo nas próximas terça (27) e quarta-feira (28).

Em entrevista para a Gazeta do Pov o, o ator, que interpreta Abelardo Barbosa no auge da carreira e perto da despedida da televisão, falou sobre a responsabilidade de interpretar o ícone da TV brasileira, os desafios do papel, a repercussão junto as pessoas próximas do apresentador e mais:

A figura pública do Chacrinha é muito querida. Que outro aspecto do artista o público vai poder conhecer através do musical?

O musical permite que o público conheça o Chacrinha por inteiro. Da infância à despedida da vida. E quanto mais se conhece o Chacrinha, mais motivos para que as pessoas se apaixonem por ele.

Como você sente a responsabilidade de interpretar uma figura tão importante da cultura brasileira?

A responsabilidade é gigantesca. Na minha carreira de ator, a maior delas. Sei que cada espectador tem uma imagem, uma lembrança, um afeto pelo Chacrinha. E o que procuro é não decepcionar nenhum deles. O Público que vai nos assistir, na verdade está indo reencontrar alguém que ele ama, que é íntimo dele. O que eu procuro é não atrapalhar esse reencontro.

Atores com frequência comentam sobre traços dos personagens que acabam incorporando em sua vida pessoal. Após o sucesso do espetáculo, passou a existir algo do Chacrinha em você?

Acho que sempre existiu. Eu é que não percebia. O que aumentou para mim foi a admiração e o respeito ao querido Abelardo Barbosa. O que ficou de novo, para mim, foi a certeza de que é preciso coragem e determinação para mantermos nossa autenticidade na vida.

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A famosa frase: “Quem não se comunica se trumbica” continua atual, na sua opinião?

Cada vez mais.E a comunicação está cada vez mais complicada. Tem muita gente confundindo ruído com som. Babaquice com originalidade. Chacrinha representa a comunicação perfeita, sem intermediários. Hoje fala-se muito, compartilha-se muito, posta-se muito, mas comunica-se muito pouco

Como foi o feedback das pessoas próximas ao Chacrinha a respeito do espetáculo?

Todas as pessoas próximas ao Chacrinha estiveram próximas a este trabalho. O Aval da família foi muito importante. Filhos, netas e netos. Dona Florinda, a viúva. Todos se emocionaram bastante. Um dos filhos me disse que eu estava fazendo coisas que o Chacrinha só fazia dentro de casa. Os artistas se emocionavam e choravam ao me ver como Chacrinha. Creio que os Deuses do Teatro andaram se metendo nessa relação.

O “Cassino do Chacrinha” era famoso pelo clima de improviso. Há espaço para isso no musical?

Tem espaço e faz parte do show. Fazer um Chacrinha engessado não seria fazer Chacrinha. Toda noite sobe um calouro diferente, desconhecido no palco. E aí rola o improviso.

Qual a sua opinião sobre os programas de TV que ainda hoje se inspiram nos elementos criados por Chacrinha?

Todos os programas tem um pouco do Chacrinha mas nenhum deles têm o conjunto da obra. Os programas ao vivo atuais parecem “ao morto”. Tudo muito combinado, ensaiado. Chacrinha se jogava, arriscava. Se sabia como começava mas não se sabia como ia terminar. Era revolucionário, corajoso e principalmente afetuoso na relação com o público. Chacrinha tinha uma coisa que falta muito hoje em dia: verdade na maneira de ser.

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