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Caixa:Nara Leão – Samba, Festivais e Tropicália-Nara Leão. Universal Music, R$ 235 (preço médio). MPB | Divulgação
Caixa:Nara Leão – Samba, Festivais e Tropicália-Nara Leão. Universal Music, R$ 235 (preço médio). MPB| Foto: Divulgação

Um jeito "cool" de cantar aliado a um sorriso que revelava os dentes dianteiros ligeiramente separados e a um belo par de joelhos conferiram a Nara Leão o status de musa da bossa nova.

Desde que se lançou como cantora, em 1964, Nara tinha tudo para se firmar como o nome feminino do movimento alentado na zona sul carioca e interpretar temas ligados à estética "banquinho e violão", mas optou por um caminho que a levou além.

Nascida numa família de classe média, a garota da zona sul impressionou crítica e público ao dar voz a sambistas do morro, como Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Keti.

Mais de duas décadas depois da morte de Nara (1942-1989), o repertório do período mais significativo da trajetória da cantora, os anos 1960, é relançado em uma caixa com 12 discos de carreira e um duplo com raridades.

Com o título de Nara Leão – Samba, Festivais e Tropicália, a compilação foi feita por Rodrigo Faour. Inicialmente, o jornalista e produtor fora convidado para organizar um CD duplo com raridades de Nara.

No repertório, reuniu gravações não incluídas em discos de carreira da cantora, mas em trilhas de filmes como Quando o Carnaval Chegar, de peças como Quincas Berro D’Água e de registros ao vivo ou em compactos de Sidney Miller e Dulce Nunes, dos quais Nara participou.

"Hoje, um playboyzinho gravar Cartola é comum e bobo. Naquela época não, aqueles compositores estavam esquecidos. A Nara teve ousadia, bom gosto de repertório, critério e ética, que caíram em desuso hoje", diz o produtor.

Faour ampliou a proposta original e agregou ao projeto o relançamento de 12 álbuns, que compreendem um período de cinco anos na carreira de Nara: vão do primeiro LP dela, Nara (1964), até o disco Coisas do Mundo (1969).

"Bossa, samba de morro, músicas de protesto: a Nara sempre esteve na vanguarda. Fez uma revolução de comportamento", diz o cineasta Cacá Diegues, que dirigiu Quando o Carnaval Chegar e foi casado com a cantora por dez anos, de 1967 a 1977.

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