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Agenda

Confira as próximas edições do Paiol Literário:

• Hoje: Miguel Sanches Neto

• 19 de junho: Flávio Moreira da Costa

• 17 de julho: Bernardo Carvalho

• 14 de agosto: Sérgio Sant’Anna

• 11 de setembro: Alexei Bueno

• 9 de outubro: Roberto Pompeu de Toledo

• 6 de novembro: Luiz Vilela

• 18 de dezembro: Marçal Aquino

A literatura de Miguel Sanches Neto transita por gêneros fronteiriços. Ele mesmo admite essa tendência em livros como Chove sobre Minha Infância (o romance e a memória) e Um Amor Anarquista (entre o histórico e o contemporâneo). Seu próximo livro deve se esgueirar entre o gênero policial e o romance "tradicional", na falta de uma palavra melhor.

Cronista da Gazeta do Povo, colaborador de vários jornais e revistas – como EntreLivros e Carta Capital – e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Sanches Neto participa hoje à noite do Paiol Literário.

A Primeira Mulher, livro que classifica de "demi-policial" (ou meio-policial), deve sair somente em março do ano que vem pela Record. Ele adianta que a narrativa é composta por várias histórias. Uma delas fala do professor de literatura Carlos Eduardo Pessoa, que mantém casos com suas alunas e é procurado por uma ex-namorada ameaçada por um chantagista.

Ela é candidata à prefeitura de uma cidade grande, cujo nome não é revelado, e o seu drama é, de certa forma, o enredo central do romance. "É o mito do retorno, que aparece em outros livros meus. O retorno desse personagem (Pessoa) às experiências do passado", explica. O texto está pronto e já foi entregue à editora.

Pela Bertrand Brasil, Sanches Neto acabou de lançar Estatutos de um Novo Mundo para os Animais, parte da série Novo Mundo, para a qual já escreveu Estatutos de um Novo Mundo para as Crianças. Este, adotado por programas de incentivo à leitura do governo federal e do estadual de São Paulo, alcançando a tiragem de mais de 30 mil exemplares. O próximo trabalho a falar de um novo mundo deve abordar o tema "livros".

Como acontece em todo Paiol Literário – bancado pela tríade jornal Rascunho, Sesi Paraná e Fundação Cultural de Curitiba –, Sanches Neto deve comentar qual a utilidade da literatura em um mundo onde a idéia de "útil" está quase sempre ligada a questões práticas. Nesse contexto, livros podem não ser "úteis" como, por exemplo, um eletrodoméstico é útil.

"Vivemos um processo galopante de desumanização. A sociedade está cada vez mais racional e sem imaginação", afirma. A literatura – para o escritor paranaense, "o último reduto da solidão" –, seria um meio de re-humanizar quem lê, servindo como combustível para a imaginação.

Além das publicações engatilhadas, Sanches Neto investe horas de insônia em um livro de contos e em outro de aforismos. Na sua opinião, conversar com leitores é uma "responsabilidade" do escritor, goste ele ou não. "A partir do momento em que publica, todo escritor é um homem público. Falar com leitores faz parte da coisa. Não se pode fugir dessa obrigação".

Para uma leitura crítica, é legítimo e necessário buscar informações em outras fontes. Que uma delas seja o próprio autor da obra, é uma oportunidade e tanto.

Serviço: Paiol Literário. Bate-papo com o escritor Miguel Sanches Neto, mediado pelo jornalista Paulo Camargo. Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n.º, Prado Velho), (41) 3213-1340. Hoje, às 20 horas. Entrada gratuita.

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