Velho: referência sobre questões urbanas na antropologia| Foto: Alexandre Campbell / Folhapress

Cerca de 40 pessoas, entre parentes, amigos e colegas de trabalho de Gilberto Velho se despediram do antropólogo, na manhã de ontem, no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro. Eles ouviram depoimentos de amigos e do irmão de Gil­berto, Otávio Velho.

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Pioneiro na pesquisa de questões urbanas na antropologia que inspiraram uma série de estudos nessa área, Velho atuou no programa de pós-graduação do Museu Nacional até a sua morte. O antropólogo tinha 66 anos e dormia em seu apartamento, em Ipanema, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado. Gilberto apresentava problemas de cardiopatia, era divorciado e não deixa filhos.

Amigo do antropólogo desde 1962, o professor José Sérgio Leite Lopes homenageou Gilberto e lembrou da atuação de Velho na antropologia. "Ele fará uma falta muito grande para as ciências sociais em geral. Ele sempre foi um construtor institucional. Era uma pessoa de vanguarda, que introduziu a antropologia urbana no Brasil, numa época em que praticamente não havia estudo nessa área", disse.

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Em nota, a presidente Dil­ma Rousseff lamentou a morte do acadêmico: "A triste perda do antropólogo Gilberto Velho deixa uma lacuna no trabalho coletivo de se pensar o nosso país. Suas pesquisas enriqueceram as ciências sociais e deram contribuição fundamental para o entendimento do Brasil contemporâneo", diz trecho da nota.

Para o antropólogo Ro­berto DaMatta, a morte de Gilberto Velho deixa uma lacuna nos estudos sobre os fenômenos urbanos, como a violência e a constituição da sociedade moderna.