A gripe suína roubou um pouquinho da visitação escolar, mas a Bienal do Livro do Rio terminou no domingo não só com bons números de público e vendas, mas também com avaliações positivas dos espaços criados especialmente para esta 14ª edição, especialmente os dois segmentos que se queria privilegiar: o feminino, o que mais consome literatura no Brasil (com o Mulher e Ponto), e o infanto-juvenil (com a Floresta de Livros).

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Foram 2,45 milhões de exemplares comercializados, sendo que o aumento de 10% no chamado público espontâneo (não escolar) fez subir os lucros dos estandes - estima-se um faturamento total de R$ 51,5 milhões. Mesmo setores mais especializados comemoram crescimento. As Editoras Senac, por exemplo, computaram cerca de 5 mil exemplares vendidos em seu estande, cifra 15% superior à de 2007.

Uma das hipóteses para o crescimento do público espontâneo pode ser justamente a redução das excursões. Por causa da necessidade de reposição das aulas perdidas em decorrência do aumento dos casos de gripe suína, muitas escolas, principalmente entre as particulares, decidiram não mandar seus alunos à Bienal. Aí entraram os pais, que decidiram levar os filhos por conta própria.

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Os pequenos se deram bem: divertiram-se entre as árvores e livros, físicos e virtuais, da Floresta (em que a tecnologia foi usada para atrair a geração que já nasce com e-mail). E puderam assistir à encenações e leituras em diversos estandes. As mulheres que frequentaram a Bienal também gostaram de ter um espaço dedicado a tratar de temas que lhes são caros, e onde puderam ouvir de perto escritoras que leem nos jornais (Martha Medeiros, Danuza Leão) e veem na TV (Márcia Tiburi, Patrycia Travassos). Elas se sentiram prestigiadas.

Com discussões interessantes e presença de autores relevantes de diferentes gerações (Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar, Marcelo Rubens Paiva, Lourenço Mutarelli), o Café Literário segue como ponto alto da feira do Riocentro, com as sessões sempre cheias. A novidade, o Livro Em Cena, que levou artistas como Tony Ramos e Marília Pêra para ler trechos de obras clássicas (de Machado de Assis a Clarice Lispector) - uma forma de incluir na Bienal escritores que já morreram fez sucesso. Se for mantido, ainda precisará ser aprimorado (houve dificuldades com microfones e mesmo de visualização dos atores no auditório comprido).

O público, no entanto, em especial o jovem, não quer só ouvir, quer também tietar seus autores preferidos. Meg Cabot, Thalita Rebouças e Bernard Cornwell que o digam - foram centenas de fotos e autógrafos, além de impulsionar um crescimento de até 30% nas vendas de suas editoras.