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O coreógrafo e empresário Octávio Nassur: aulas que capacitam companhias a se manter | Marcelo Andrade/Divulgação
O coreógrafo e empresário Octávio Nassur: aulas que capacitam companhias a se manter| Foto: Marcelo Andrade/Divulgação

Professores

Saiba mais sobre os profissionais que integram o corpo docente do MBA em Dança:

• Octávio Nassur, coordenador e coreógrafo

• Cristiane Wosniak, mestre em Cibermídia

• Luciano Koeming, mestre em Economia

• Cintia Slud, diretora socioambiental do Festival Internacional de Hip-Hop

• Marila Velloso, produtora e pesquisadora

• Nadia Luciani, iluminadora cênica

• Graça Gomes (RJ), produtora cultural

• Luiz Bongiovanni (SP), coreógrafo

• Mário Nascimento (MG), diretor e coreógrafo

Serviço

MBA em Dança

Faculdade Inspirar. Início da nova turma em abril. Duração de 12 meses, mais 6 para o trabalho de conclusão. 30 vagas. Mensalidade de R$ 490. Inscrições abertas em www.inspirar.com.br.

Em vez de entrar no compasso da música que está tocando por aí, o bailarino e coreógrafo Octávio Nassur gosta de inventar novas baladas. Quando estudou na Espanha e nos Estado Unidos, nos anos 1990, viu serem dançados ritmos que ainda não haviam aportado em nossas academias, como o R&B e o hip-hop. Quando voltou ao Brasil, criou o Festival Internacional de Hip-Hop, hoje o quarto maior do mundo, e o Brasil Tap Jazz.

Agora, ao perceber a ausência de formação em gestão da dança – escolas que ensinem a produzir eventos de dança e criar projetos a serem submetidos a editais de financiamento – ele iniciou o MBA em Dança, destinado tanto a donos de escolas da área (que, nas duas primeiras turmas, representaram cerca de 70% dos alunos) quanto a bailarinos e atores – entre estes últimos, muitos de olho no crescente mercado brasileiro de musicais.

O curso de 18 meses de duração é sediado pela Faculdade Inspirar, de Curitiba, com ramificações em Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.

Na grade do curso há temas que poderiam constar numa escola de meio-ambiente, administração ou tecnologia. A professora Cintia Slud, por exemplo, fala sobre a gestão criativa de eventos sustentáveis. Isso porque algumas empresas, patrocinadoras de manifestações artísticas, oferecem linhas de financimento privilegiadas para projetos que apresentem soluções em energia limpa.

"No último Festival de Hip-Hop, colocamos bicicletas que precisavam ser pedaladas por integrantes das companhias para gerar a energia necessária e ligar o equipamento de som", exemplifica Octávio, que conversou com a reportagem.

Tecnologia

Outro viés abordado nas aulas é o da tecnologia ligada à dança – o que não deve ser entendido simplesmente como telões para projetar imagens enquanto os bailarinos ocupam o tablado. A professora Cristiane Wosniak, mestre em Comunicação e Linguagens, fala sobre a evolução de todas as ferramentas utilizadas na dança desde os anos 1930, dos tecidos do figurino até as videoinstalações que hoje se tornam populares.

A necessidade de sobrevivência financeira das companhias de dança inspiram diversas cadeiras do curso: Políticas Culturais em Dança, ministrada por Marila Velloso; Produção Cultural – Leis de Incentivo, tema dos encontros com a produtora Graça Gomes, do Rio de Janeiro; e Das Redes de Contatos aos Riscos Assumidos, com o diretor mineiro Mário Nascimento, que já trabalhou com o Balé da Cidade de São Paulo, entre outros, e é considerado um "recordista" na obtenção de editais de dança. "Ele ensina a manter uma companhia independente e fala da importância das redes de contatos", explica Octávio. Nesse item, o aluno ouve coisas que poderiam parecer óbvias, mas que atrapalham grupos de dança em viagens de trabalho. "São detalhes que a direção das empresas pedem: como se comportar em viagens e hotéis, não envolver [o nome da empresa] em redes sociais etc." Cerca de 30 alunos terminaram ou estão prestes a concluir o curso.

Inspiração

"Eu sentia a necessidade de discutir a dança, e não só de dançar." Para Octávio, a área de dança sai perdendo em relação à oferta de editais destinados ao teatro, por exemplo, pelo pequeno número de faculdades específicas no país e pela menor articulação dos bailarinos em relação aos atores.

"Ainda hoje, quem responde que sua profissão é a dança ouve em seguida: ‘Tá, mas você trabalha com o quê?´."

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