Acredite se quiser: o ator George Clooney nunca foi a uma cerimônia de entrega do Oscar.

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Indicado em três categorias este ano, Clooney pisará pela primeira vez no tapete vermelho, não apenas participando da história da premiação mas também consolidando de vez a trajetória de "homem mais sexy do mundo", pela revista People, até "homem mais perigoso de Hollywood", segundo a revista Total Film.

- Não acho que vá ganhar. Mas gosto da idéia de comparecer - disse Clooney na semana passada.

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O ator de 44 anos que há uma década fazia furor interpretando o dr. Douglas Ross do seriado "ER" tornou-se um astro de primeira categoria, capaz de transformar filmes como "Onze homens e um segredo" em sucessos enormes, além de escrever, dirigir e atuar em projetos arriscados.

Como se não bastasse, ainda participa de campanhas de solidariedade como a do tsunami e como a pró-África em companhia do cantor Bono, do U2, abre um cassino em Las Vegas e ainda leva a culpa por quase todo casamento desfeito no mundo das celebridades.

- Ele é o Clark Gable da atualidade. É bonito e tem o ar encantador que é emblemático de sua geração. Este homem está no centro do elenco hollywoodiano como o garoto glamuroso que pode fazer tudo o que quiser - disse o especialista em Oscar Tom O'Neil, colunista do TheEnvelope.com.

- Ele se destacou este ano como ator, roteirista e diretor/produtor. Parece que é o momento dele - disse O'Neil.

Clooney é a primeira pessoa na história do Oscar a ser indicado pela atuação e pela direção em dois filmes diferentes, no mesmo ano. Ele conseguiu duas indicações, para melhor diretor e melhor roteiro original, com seu drama em branco-e-preto "Boa noite e boa sorte", sobre a era McCarthy.

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Mas é o candidato mais forte ao Oscar de ator coadjuvante pelo papel como agente da CIA em "Syriana".

Assim como Robert Redford e Mel Gibson, Clooney aposta em filmes com quem tem uma indicação mais próxima. As questões levantadas por "Boa noite e boa sorte", sobre as ameaças às liberdades civis num clima nacional de medo, e por "Syriana" a respeito da corrupao política e corporativa, renderam-lhe a reputação de ator-ativista e alvo favorito da direita conservadora americana.

- Não é que esses estúdios, pertencentes a grandes corporações, estejam loucos para fazer esse tipo de filme. Mas eu posso dizer: 'Bem, nós lhe daremos o 'Doze homens e um segredo' se vocês nos derem isso - disse ele à Reuters numa entrevista recente em Berlim.

Apesar do ano de ouro, as coisas nem sempre foram fáceis para Clooney. Sua atuação em "Batman e Robin", de 1997, foi considerada uma das piores da história.

- É uma coisa cíclica - disse ele. - No ano que vem, posso ser a maior piada.

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E, ao contrário de astros como Clint Eastwood, que chegou a ser prefeito de Carmel, e Arnold Schwarzenegger, atual governador da Califórnia, Clooney diz não ter ambições políticas.

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