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Há pouco mais de cinco anos, na cidade gaúcha de Esteio, o técnico em eletrônica Antônio Carlos Correia de Moura inventou um instrumento musical. Misto de bateria eletrônica e sintetizador, a gatorra, como foi chamada sua criação, surgiu de uma pesquisa com timbres, equalizações e efeitos. Não demorou muito e o cinqüentão Antônio passou a compor as próprias músicas, combinando os sons esquisitos do apetrecho com letras ripongas a favor da paz e contra as desigualdades sociais.

Já rebatizado como Tony da Gatorra, o músico-inventor vendeu uma moto e, com o dinheiro, gravou seu primeiro CD independente, Só Protesto. Impressionados com a persona inusitada do artista, os programadores de uma rádio-rock de Porto Alegre o "adotaram" e, de quebra, descolaram aparições na televisão local. Aos poucos, Antônio ganhou fãs ilustres, entre eles o produtor musical (e agora jurado do programa Ídolos) Carlos Eduardo Miranda, que logo se tornou seu principal "cabo eleitoral" em São Paulo. Não deu outra: festejado como grande músico experimental, Tony e sua gatorra viraram objeto de culto no underground paulistano.

Hoje é a vez de Curitiba conhecer de perto essa revelação de 54 anos. Atração do bar Wonka, Tony promete surpreender o público com nada menos do que três gatorras no palco – tocadas por ele e dois de seus seguidores paulistas, que pretendem lançar seu segundo CD, acompanhado de um DVD, ainda este ano. No repertório desta noite, músicas como "Rap Verdade", "Droga Fatal" e "Sublime Paz".

Sobre a criação da gatorra, Tony é enfático: "Só pode ter sido fruto de uma inspiração". Somente cinco instrumentos foram construídos até agora, um deles a pedido de Luísa Lovefoxx, vocalista do grupo Cansei de Ser Sexy. "A banda vai se apresentar nos EUA e a Luísa já disse que quer mostrar a gatorra para todo mundo lá", comemora Tony, que aceita encomendas.

Totalmente artesanais, as gatorras são feitas com pedaços de fórmica, alumínio e outros instrumentos. Levam cerca de dois meses para ficar prontas, ao custo de R$ 1.500. E perigam virar moda.

Serviço: Show com Tony da Gatorra. Antes e depois da apresentação, discotecagem de Claudinha Bukowski e Centro Cultural Batidão. Hoje, às 22 horas, no Wonka (R. Trajano Reis, 326), (41) 3026-6272. Músicas, contato e outras informações sobre o artista estão disponíveis em www.tramavirtual.com.br/tony_da_gatorra.

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