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Cena de "Acossado" de Godard, de 1960 | Divulgação/Impéria Filmes
Cena de "Acossado" de Godard, de 1960| Foto: Divulgação/Impéria Filmes

Bagunça musical que cai bem

Em uma levada que vai de jovem guarda à música brega, do cancioneiro regional ao twist, os gaúchos da Graforréia Xilarmônica voltam a se apresentar em Curitiba amanhã, no Porão Rock Club, 15 anos após o primeiro e único show por qui. Na bagagem do trio – Frank Jorge (baixo e vocal), Carlo Pianta (guitarra e vocal) e Alexandre Birck (bateria) –, não vai apenas o humor perspicaz.

De pano de fundo às ironias – como a vontade de estudantes em matar aula ou a paixão pela empregada doméstica – estão três músicos intensamente ligados a seus instrumentos. Musicalmente, a Graforréia não tem nada de brincadeira.

Em 1992, o trio não havia ainda gravado o CD "Coisa de Louco II" (1995). O CD influenciaria várias bandas. Seja do mundo underground (vide os fluminenses do The Feitos, que em março lançaram o CD "Na Cabeça da Chorona"), seja no mainstream (vide os mineiros do Pato Fu, que gravaram "Nunca Diga"e "Eu"). "A gente fica surpreso, porque sempre corremos por fora", afirma Frank.

Porém, em 1988, a banda já havia gravado uma fita cassete (o que a meninada que ouve a Graforréia hoje nem deve saber o que é) intitulada "Com Amor Muito Carinho". Graças a essa fita, que correu de mão em mão, o grupo se tornou conhecido. "A gente foi tocar aí porque um cara era nosso fã", recorda Frank.

Em "Com Amor..." está a Graforréia em estado puro. Tão puro quanto no mais recente CD, "Ao Vivo", de dezembro. Os quase quarentões de "Ao Vivo" tocam da mesma forma que os garotões de "Com Amor...": divirtindo-se. "Somos muito amigos e isso faz diferença", aponta Frank. Tanta diferença que definir o que é a Graforréia é difícil. Uma mistura de influências tão desconexas que, não se sabe como, cai bem. Mais informações no roteiro

Marcos Xavier Vicente

Rock o mais básico possível. Esta é a definição de Nasi Valadão, vocalista do quarteto paulistano Ira! para as 12 canções que compõem o 13.º álbum da discografia do grupo, Invisível DJ, lançado há pouco mais de um mês. O disco, além de marcar definitivamente a transição da banda do formato acústico para o elétrico (passaram-se três anos desde o lançamento do especial desplugado gravado em parceria com a MTV), celebra os 25 anos de trajetória da banda, que vem se mantendo firme e forte entre os grandes patrimônios do rock brasileiro. "O disco acústico foi um momento muito especial na nossa carrreira, que com certeza vai deixar saudade. É nosso trabalho mais reconhecido e prestigiado, mas sentimos que está na hora de seguirmos em frente e estamos nos readaptando ao formato original", conta Nasi, em entrevista ao Caderno G.

Mas, de acordo com o vocalista, enterrar o álbum acústico no passado não está entre os objetivos da banda, que apresenta hoje à noite, na Helloocha, além todas as 12 faixas de Invisível DJ, as canções acústicas mais requisitadas, em formato elétrico. "Será um show mais pesado. Nossa idéia é criar uma resposta legal à sutileza e delicadeza presente nos arranjos do acústico", explica.

Produzido por Rick Bonadio (que já havia trabalhado com a banda no especial da MTV), Invisível DJ traz canções de Rodrigo Koala (líder da banda Hateen e compositor da faixa "Eu Vou Tentar", que já conta videoclipe dirigido por Selton Mello), além de uma versão para a música "Feito Gente", clássico setentista de Walter Franco. De acordo com Nasi, ainda este mês a banda põe no mercado um DVD com uma apresentação das novas músicas ao vivo em estúdio (sem público), além de um making of minucioso de todas as etapas de realização do disco e depoimentos de artistas que fizeram parte dos 25 anos de história do quarteto.

Serviço: Show com Ira! e Relespública. Hellooch (R. Des. Westphalen, 4.000). Hoje, às 23 horas. Ingressos promocionais e limitados a R$ 60 e R$ 30 (estudantes e doadores de um quilo de alimento não-perecível). Mais informações pelo telefone (41) 3013-3374.

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