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Assistir aos shows de Patti Smith e Beastie Boys, na noite do dia das bruxas (31 de outubro), neste ano, foi a melhor festa de Halloween que participei nos últimos anos. Não que seja uma data importante, que espero o ano inteiro para comemorar, mas é uma desculpa para sair de casa e badalar. Neste ano pude festejar de forma diferente, exorcizar o que estava preso na garganta e relembar as tardes livres que passava ouvindo música, quando era apenas estudante e fazia alguns "bicos" para descolar uma grana, sem compromisso com horários pré-estabelecidos, como tenho hoje, no exercício diário que o jornalismo me impõe. Olhando para trás vejo que já se passaram cerca de 15, 20 anos (o tempo passa muito rápido), mas parece que foi ontem.

Até chegar na Pedreira, para conferir as atrações do Tim Festival, tive um longo dia, começando cedo, em uma cabine de imprensa do filme "Uma Verdade Incoveniente", do ex-candidato à presidência dos EUA, Al Gore, que me conscientizou sobre o aquecimento global do planeta Terra, e tem tudo a ver com a engajada Patti Smith. No show percebi que os dois são pessoas que estão aí, na mídia, para rebater a onda anti-americana, crescente em algumas partes do mundo. Mas até chegar à Pedreira, tive um longo dia de trabalho, e com a chegada do Circuito Cultural Banco do Brasil a Curitiba e a véspera do feriado, acabei saindo tarde e perdi os shows do Dj Shadow (que não conheço) e da banda Nação Zumbi. Lamentável, mas o que vi depois valeu a pena.

Assista alguns momentos da primeira noite do Tim Festival na reportagem em vídeo. Leia também:Perdi a véinha da Patti Smith na Pedreira

Como eu esperava, Patti Smith mostrou que é mesmo uma dinossaura do rock com tudo em cima, como os veteranos Rolling Stones, Bob Dylan, entre outros. Usando camisa branca, calça jeans, cabelo solto e aparentemente sem maquiagem, assumindo seus quase 60 anos, ela agitou a galera, cantou hits, dançou, mandou seu recado lembrando que "o governo está à serviço do povo". Desceu do palco, pulou sobre as pedras que estavam no caminho, cumprimentou o público de perto e até foi no meio deles, numa incursão rápida, típica dos roqueiros da velha guarda. Quem teve o privilégio de tocá-la, com certeza jamais esquecerá. Pena que eu estava longe e que logo em seguida ela terminou o show. Virou as costas e saiu do palco com passos seguros, com a certeza do dever cumprido. Nome de música eu quase não lembro, mas cantei a maioria. Como tinha outras atrações pela frente e chovia, achei o show perfeito, mas espero ainda revê-la num momento solo.

Em menos de 30 minutos, o trio Yeah, Yeah, Yeahs subiu ao palco e a voz rouca e cortante da líder e vocalista Karen O ganhou o público. Eu não conhecia a banda, mas o show me prendeu. Os músicos colocaram uma boa energia no palco, que é o que garante o sucesso de um show, principalmente para o público leigo, como era o meu caso. Karen O é incansável, andando e pulando de uma lado para outro com seu figurino moderno (um macaquinho curto de cetim). Percebi que o som é um rock mais atual, que traz referências da velha guarda com uma modernidade que os tempos atuais pedem.

Mas a entrada do Beastie Boys, foi mesmo o ponto alto da noite. Foi nesta hora que todo público que estava na Pedreira pulou e cantou sem parar no show performático e agitado dos nova-iorquinos. O uso de roupas formais (terno e gravata) é um contraponto irreverente com o dinamismo e aparente informalidade do grupo na apresentação. Falantes e divertidos, DJ Mix Master Mike, Mike D (Michael Diamond), Ad-rock (Adam Horovitz) e MCA (Adam Yauch) estavam à vontade, não paravam de falar com público e entre eles. Até bolo de aniversário para Ad-rock apareceu no palco e o encerramento com o trio tocando "Sabotage" nos instrumentos foi para sair da Pedreira com vontade de ver de novo. Foi o show mais longo da noite, chegou a ter mais de uma hora, mas pareceu que foram apenas 30 minutos.

O número de pessoas no local passou longe dos 26 mil ingressos colocados à venda, pela organização da edição curitibana do Tim Festival. Para quem foi ao local, isto contou como ponto positivo, assim deu pra dançar à vontade, aproveitar os serviços dos bares instalados no local, circular e reencontrar alguns velhos amigos com quem eu escutava música de tarde. Chego a conclusão que a música é mesmo um elo de ligação entre as pessoas, seja em qual gênero for.

Fico na torcida para que Curitiba que receba novas edições do Tim Festival.

Veja as imagens da noite

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